Banca de DEFESA: ANTONIO LEONARDO FIGUEIREDO CALOU

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANTONIO LEONARDO FIGUEIREDO CALOU
DATA : 14/07/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Laboratório de Psicologia sala 622 e https://meet.google.com/hjr-tbgs-kqd
TÍTULO:

“A gente mal nasce e começa a morrer”: Micropolíticas do desejo de morte e práticas de resistência em trajetos homossexuais”


PALAVRAS-CHAVES:

Micropolítica. Desejo de Morte. Resistências. Trajetos Homossexuais. Etnocartografia.


PÁGINAS: 296
RESUMO:

Conceituadas por Gilles Deleuze e Félix Guattari, as micropolíticas se caracterizam como políticas produtoras da subjetividade que se constituem por um conjunto de forças ativas e reativas que irão produzir o desejo e, por conseguinte, os sujeitos em sua operação desejante. Divergente da lógica psicanalítica, sobre a qual o desejo seria produto de faltas inconscientes, a micropolítica o evidencia como formado por múltiplos, instáveis e coprodutores agenciamentos semióticos de singularização e subjetivação, que como máquina no encaixe de suas engrenagens e no atrito de suas peças, ordenam e conduzem a produção do sujeito desejante. Apoiada nas rizomáticas entradas dessa conceituação, esta pesquisa busca defender que se o desejo é produzido por agenciamentos e esses se engendram numa coprodução de forças ativas e reativas, de afirmação e negação, é possível considerar que existam agenciamentos que conduzem e produzem nos sujeitos desejos de morte, desejos autodestrutivos, nos quais toda uma política de subjetivação vista nos movimentos de reação, os induziriam. Essa indução se daria por meio das normatividades que se caracterizam como regimes da vida e que tem na morte, sua tecnologia de poder/controle. Apostando que o desejo de morte é produzido pelas políticas da vida normativa, entende-se que tudo que diverge dela – as diferenças – tende a sofrer com suas capturas. São, portanto, as expressões da diferença, as vidas vulneráveis à normatividade que mais sofreriam com impedimento da produção de seus modos singulares de vida. Considerando as teorias de Michel Foucault, Deleuze e Guattari sobre a homossexualidade ser diferença produtora, elegemos a vida homossexual e as representações de sexo e gênero como meio para compreender a produção desse desejo, bem como das forças que resistem a ele. Diante disso, o objetivo desta tese consiste em acompanhar a produção micropolítica do desejo de morte em trajetos homossexuais e mapear os agenciamentos e práticas que resistem a ela. Como entrada metodológica, percebeu-se que a atribuição das micropolíticas do desejo de morte demandava dispositivos e métodos próprios que precisaram ser pensados. Surge a percepção do trajeto, que através das leituras de Bergson por Lapoujade e Deleuze, entendeu-se como uma duração-meio, um espaço-tempo de encontros e acontecimentos que suscitam sempre um passado-presente e/ou um presente-passado que estão explicitamente implicados, se coproduzindo. Esse aspecto temporal dos trajetos mostrou dois caminhos para análise: o etnográfico dos afetos e o cartográfico dos estranhamentos, fazendo nascer a etnocartografia dos trajetos. O trajeto que tem em si espontaneidade e imprecisão, acontece por toda parte colocando o pesquisador a pensar o que de seus códigos poder-se-ia decifrar, por esse motivo, entende-se ser uma pesquisa multissituada, não tendo uma espacialidade na representação de territórios que identificam sujeitos, grupos e culturas. Dessa forma, a etnocartografia que se dá pelos trajetos homossexuais são vistos, nesta pesquisa, por diversos enunciados (histórias de vida, poesia, música, cinema, autobiografias, ações, performances, formação de instituições, espaços demarcados por representações de sexo e gênero etc.) e são etnocartografados por um conjunto de dispositivos, sem se limitar a nenhum deles. Esta tese intenta produzir meios que procuram pensar a produção do desejo de morte e as práticas que resistem a ele, acompanhando os trajetos homossexuais, para trazer reflexões que contribuam com novos dispositivos de análise antropopsicossociológica, utilizados num plano ético-estético-político de expansão da vida.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 426721 - MARIA TERESA LISBOA NOBRE PEREIRA
Externo à Instituição - ADRIANO AZEVEDO GOMES DE LEON - UFPB
Externo à Instituição - EDER AMARAL E SILVA
Externa à Instituição - MICHELE DE FREITAS FARIA DE VASCONCELOS - UFS
Externa à Instituição - RENATA MARINHO PAZ - URCA
Notícia cadastrada em: 29/06/2023 15:56
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