Banca de DEFESA: JEAN ELYSON RODRIGUES BORGES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JEAN ELYSON RODRIGUES BORGES
DATA : 10/05/2021
HORA: 15:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

MOVIMENTOS SOCIAIS E PRÁTICAS DE RESISTÊNCIAS: ENFRENTAMENTO À LETALIDADE DE JOVENS EM UM TERRITÓRIO MARCADO POR VIOLÊNCIAS E LUTAS POPULARES


PALAVRAS-CHAVES:

Violência; Juventudes; Território; Psicologia; Movimentos Sociais; Lutas populares.



PÁGINAS: 215
RESUMO:

No Brasil, somente no ano de 2017, 65.602 vidas foram brutalmente exterminadas, das quais 35.783 eram jovens. A região Nordeste concentrou as maiores taxas de letalidade infantojuvenil, fenômeno considerado como “nordestização dos homicídios”. O Ceará revelou o maior aumento de assassinatos da federação, com 5.433 vítimas, mais de 76% do segmento infantojuvenil. O legado de uma sociedade colonial e herdeira das diásporas e genocídios, negros ainda assombra e aciona mecanismos mortíferos racializando os homicídios no Estado com taxa de 87,3 negros para cada 100 mil habitantes (12,7 não negros). Na capital cearense, 2.141 pessoas tiveram suas vidas ceifadas, destas 71% eram homens negros ou pardos, pobres e habitantes de zonas urbanas periferizadas, como no caso dos cinco bairros que constituem a região denominada de Grande Bom Jardim (GBJ). Esse território, encontra-se historicamente manchado de sangue pelas lógicas “necropolítica” e neoliberal, alicerçadas por mecanismos que subjugam as vidas ao poder da morte, agudizam a criminalidade, violências e letalidade contra os corpos jovens racializados, considerados supérfluos ao capital e a dinâmica do consumo.Partindo desse debate, pretendemos tematizar e problematizar esse fenômeno, bem como, refletir sobre as formas pelas quais o poder político se apropria dessas vidas como objeto de gestão e operam à partir da produção e manutenção de mecanismos que “precarizam” e “apagam” alguns grupos considerados “matáveis” e “indignos de luto”. Tal leitura de cenário se encarna a partir das significações tecidas e vocalizadas pelas juventudes periféricas do GBJ, tendo como contraponto os movimentos sociais enquanto práticas de resistências que compõem o Fórum de Juventudes da maior articulação sócio-política do território, a Rede de Desenvolvimento Local, Integrado e Sustentável do GBJ (Rede DLIS). Esta Rede, composta por 25 entidades, constitui-se como espaço de resistência, incidência política e luta popular no território, contribuindo de forma articulada para o fortalecimento das ações de diagnóstico, planejamento e monitoramento de políticas públicas para garantia e efetivação de direitos humanos e enfrentamento da violência contra as juventudes. Destarte, partimos da seguinte pergunta de pesquisa: quais as principais práticas de resistências e lutas populares, implicadas e comprometidas estrategicamente com o enfrentamento à letalidade juvenil no Grande Bom Jardim? A partir disso, pretendemos, como objetivo geral: cartografar práticas de resistências dos(as) jovens que compõem o Fórum de Juventudes da Rede de Desenvolvimento Local, Integrado e Sustentável (Rede DLIS), criadas no território do GBJ, em Fortaleza, voltadas ao enfrentamento à letalidade de jovens. Tendo por objetivos específicos: conhecer trajetórias de vida de jovens que compõem o Fórum de Juventudes da Rede DLIS; compreender discursos/narrativas de jovens que compõem a Fórum de Juventudes da Rede DLIS acerca da dinâmica cotidiana de intensificação dos homicídios no território e os seus efeitos na produção de subjetividades; analisar a partir de quais estratégias o Fórum de Juventudes se articula a outros grupos locais, coletivos e entidades que compõem a Rede DLIS no enfrentamento à letalidade juvenil. Optamos pela pesquisa qualitativa sob a perspectiva da cartografia como estratégia metodológica de pesquisa-inter(in)venção, acompanhando as atividades desenvolvidas pelo Fórum de Juventudes e utilizando como ferramentas o diário de campo e as entrevistas semiestruturadas. Utilizamos como referenciais teóricos e epistemológicos os diálogos entre a Psicologia Social e autores(as) como Butler, Mbembe, Fanon, Foucault, Agamben, Gohn, Ammann, entre outros(as) que problematizam temáticas que interseccionam marcadores sociais de diferença produtores de violências e mortes, proporcionando uma leitura da construção social que é também cultural, histórica, política e psicossocial.



MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CANDIDA DE SOUZA - UFRN
Presidente - 2086520 - CANDIDA MARIA BEZERRA DANTAS
Externo à Instituição - LUIZ FÁBIO SILVA PAIVA - UFC
Notícia cadastrada em: 05/05/2021 14:08
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