Banca de DEFESA: SINARA THEREZA DOS SANTOS FIDELIS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SINARA THEREZA DOS SANTOS FIDELIS
DATA : 17/05/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de Videoconferência CCHLA - UFPB
TÍTULO:

ATIVIDADES E BIOGRAFIAS LABORAIS DE RECUPERANDOS DA ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO E ASSISTÊNCIA AO CONDENADO DE MACAU/RN: ENTRE O CRIME E O TRABALHO


PALAVRAS-CHAVES:

trabalho; prisões; APAC; psicologia social do trabalho.


PÁGINAS: 113
RESUMO:

O presente estudo pretende se debruçar sobre o trabalho encarcerado, entendendo a função desempenhada pelas atividades laborativas na vida dos presos, haja vista, que as mesmas são componentes de socialização humana, possuem uma centralidade na constituição dos indivíduos, além de exercer uma função psicológica na vida das pessoas por permitir a construção de sentidos e significados. Para tanto, a perspectiva teórica epistemológica que norteou a investigação foi a Psicologia Social do Trabalho que parte do pressuposto que o trabalho é uma categoria central, e que se situa nas relações intersubjetivas, considerando a materialidade e historicidade. Trata-se de pesquisa qualitativa, com um estudo descritivo e transversal, com características etnográficas e de observação participante. O lócus do estudo foi a Associação de Apoio e Assistência ao Condenado (APAC) de Macau/RN e contou com a participação de 11 pessoas em estado privativo de liberdade. Os instrumentos/técnicas utilizadas foram: análise documental, entrevistas narrativas individuais, registros fotográficos e diários de campo. As temáticas das entrevistas versaram sobre os eixos: história de vida laboral, o trabalho nas prisões e as perspectivas de futuro. As narrativas foram analisadas considerando tais eixos, sendo submetidas a análises textuais de Classificação Hierárquica Descente (CHD) com auxílio de um software. Além das narrativas, os registros fotográficos e os diários de campo se somaram aos resultados de modo a compor uma análise global, considerando as narrativas dos participantes e a observação da pesquisadora. Os resultados revelaram uma relação precária, exaustiva, limitante e marcada por sujeição ao trabalho antes do encarceramento. Ademais, trabalhar na prisão é visto sob um regime cruel, de humilhação, com cargas horárias exaustivas, chegando a ser assemelhado a uma escravidão. Com a inserção na APAC, a percepção trazida do trabalho é dele enquanto fonte de realização, prazer, meio de aprendizagem, mas sem perspectiva de continuidade no mundo extramuros. Os planos de futuro laboral pós-encarceramento se mostraram incertos e indeterminados, havendo uma única certeza: a de não querer voltar para a criminalidade. Contudo, os estigmas e o baixo nível de escolaridade se colocam como desafios nessa nova etapa. Com isso, o estudo espera contribuir para que a discussão em torno da relação sujeito e trabalho em contexto prisional e em situação de vulnerabilidade e fragilização social, visando que o ambiente prisional se torne lugar que possibilite subsídios necessários para uma reintegração na sociedade.

 


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1033183 - FELLIPE COELHO LIMA
Presidente - 028.034.344-23 - TATIANA DE LUCENA TORRES - UFPB
Externa à Instituição - THAÍS AUGUSTA CUNHA DE OLIVEIRA MÁXIMO - UFPB
Notícia cadastrada em: 09/05/2019 11:16
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa04-producao.info.ufrn.br.sigaa04-producao