Relações entre Protocolos de Tratamento para a Leucemia Linfoide Aguda e Efeitos Neurocognitivos Tardios
Leucemia Linfoide Aguda; Infância, Efeitos Neurocognitivos; Quimioterapia Intratecal; Metotrexato.
Identifica-se nos últimos anos a intensificação de esforços conjuntos da oncologia pediátrica e da neuropsicologia na busca pelo equilíbrio entre o aumento da taxa de sobrevida e a redução de déficits cognitivos e de comportamento, comumente identificados entre os sobreviventes da Leucemia Linfoide Aguda (LLA). Nesse sentido, o presente estudo objetivou investigar os perfis cognitivos de crianças e adolescentes sobreviventes de LLA submetidas a dois protocolos de tratamento distintos, a saber, GBTLI LLA 1999 e BFM 2002, considerando ainda duas variáveis clínicas: a idade da criança no momento do diagnóstico e o tempo fora de tratamento. Tais protocolos divergem essencialmente em função das dosagens do fármaco Metotrexato (MTX), agente principal que compõe a fase de prevenção de infiltração das células leucêmicas no Sistema Nervoso Central. Participaram desta pesquisa 31 crianças que já haviam finalizado o tratamento para LLA, com idades entre 6 e 12 anos, acompanhadas em serviço público de referência para o câncer infantil no estado do Rio Grande do Norte. Estas compuseram dois grupos em função do protocolo de tratamento ao qual foram submetidas. O protocolo de avaliação neuropsicológica contemplou as seguintes habilidades cognitivas: Capacidade Intelectual, Funções Executivas, Atenção, Visoespacialidade e Visoconstrução. Os dados foram analisados a partir de estatística descritiva, bem como de medidas de análise multidimensional do tipo cluster e análise estatística inferencial através do teste Qui-Quadrado de Pearson. De maneira geral, os dados apontaram que as crianças e adolescentes submetidas ao protocolo com maiores dosagens de MTX, com idade abaixo dos cinco anos no momento do diagnóstico e fora de tratamento há mais de dois anos obtiveram piores resultados na avaliação neuropsicológica.