Das ações coletivas de junho de 2013 ao (ciber)ativismo brasileiro: um estudo sobre os processos de subjetivação políticos do movimento Fora do Eixo
Ações coletivas, ativismo político, processos de subjetivação
No ano de 2013 percebemos os ecos socioinformacionais das manifestações ocorridas pelo mundo, também promovemos ações coletivas que assumiram caráter de massa. São elas o pano de fundo do trabalho. Dentre os atores sociais que se destacaram em 2013 escolhemos o Fora de Eixo (FdE), que transmitiu pela mídia NINJA os protestos através da internet. O FdE é composto em sua maioria por jovens que moram, trabalham e circulam por casas coletivas, tem nas tecnologias informacionais uma ferramenta muito presente em seu ativismo político. Entendemos que a vivência do ativismo político é um forte vetor nos processos de subjetivação e ocorre principalmente dentro dos movimentos sociais. Abordaremos a subjetividade sobre o prisma da processualidade, que admite o atravessamento de múltiplos vetores de forças político-desejantes, discursivas, tecnológicas. O corpo teórico do trabalho transversaliza o pensamento de Deleuze e Guattari para tratar dos processos de subjetivação, a concepção de redes de movimentos sociais de Scherer, redes socioinformacionais de Castells, e o político no pensamento de Mouffe. Tivemos como objetivo investigar os processos de subjetivação relativos ao ativismo político vivenciado pelos integrantes do movimento FdE, assim como compreender suas redes de solidariedade e luta, entender a influência dos agenciamentos informacionais nas práticas políticas deste movimento, acompanhar os processos de subjetivação e formação identitária, e discutir sua proposta de horizontalidade nas relações de poder dentro do grupo. Realizamos entrevistas semiestruturadas, observação participante e pesquisa do material multimídia. A análise ocorreu por meio da categorização das informações alinhada aos objetivos da pesquisa, na qual separamos as informações em duas categorias gerais e três específicas. Sucintamente, observamos quanto aos agenciamentos socioinformacionais, que transitam mais pelos norteadores ético-político da cultura digital, do que propriamente por uma imersão tecnologicista, demonstram uma grande flexibilidade e integração de suas redes internas, porém com pouca descentralização e horizontalidade.