A pós-graduação stricto sensu de Psicologia e o debate sobre política social
política social; produção científica; função social da Psicologia.
A pós-graduação stricto sensu de Psicologia tem passado por intenso processo de crescimento e consolidação, atestado pelos atuais índices de produção científica. Questiona-se, contudo, que retorno a ciência psicológica tem dado a uma sociedade que lhe tem feito grandes investimentos. Considerando a inserção cada vez maior da Psicologia no campo do bem-estar social, uma forma de contribuição possível e necessária é pela ampliação do debate sobre política social. Diante disso, objetivou-se discutir as possibilidades de contribuição dos programas de pós-graduação stricto sensu de Psicologia para o debate sobre política social. Foram analisadas teses acadêmicas defendidas no triênio 2007/2009 que versassem sobre um de cinco critérios utilizados para definição temática, o que resultou em 105 teses, das 824 defendidas no período. Os principais resultados referem-se à existência do tema nos programas de Psicologia, predominantemente de forma pulverizada, ainda que, para um conjunto restrito de pesquisadores e programas, “política social” figure como objeto de estudo prioritário, indicando incipiente sistematização desses estudos. Ademais, constatou-se que, enquanto a maioria das teses pode ser caracterizada pela fragilidade dos marcos teóricos em relação ao objeto, com pesquisas em uma perspectiva essencialmente técnica, parcela dos estudos revela preocupação com a contextualização do debate sobre política social em relação ao cenário social mais amplo, conferindo as condições mínimas para a construção de uma crítica teórica fundamentada e robusta. Conclui-se que, para que a ciência psicológica possa contribuir efetivamente para o desenvolvimento da sociedade, são urgentes a articulação entre os pesquisadores da área em torno do tema, o aprofundamento do debate teórico e a transformação dos saberes construídos em prática política organizada.