APLICAÇÃO DE NANOPARTÍCULAS DE QUITOSANA COM POTENCIAL DE ADJUVANTE NA PRODUÇÃO DE SORO CONTRA O VENENO DO ESCORPIÃO Tityus serrulatus
Escorpião Tityus serrulatus, quitosana
No Brasil, diversas espécies de escorpiões são conhecidas por provocar acidentes que podem levar ao óbito, sendo estas pertencentes principalmente ao gênero Tityus. O escorpião Tityus serrulatus é o principal responsável pelos casos de maior gravidade. Soros anti-escorpiônicos são produzidos rotineiramente por diversas instituições, e, apesar da sua eficácia, a ação depende da qualidade e da rapidez com que é iniciado o tratamento. Vários estudos têm sido desenvolvidos na busca de tecnologias adaptadas para encapsular e liberar proteínas nativas e/ou recombinantes capazes de induzir a produção de anticorpos. Neste contexto, a quitosana um copolímero que pode ser obtida a partir da desacetilação parcial da quitina ou em alguns microrganismos e por ser biocompatível e biodegradável tem sido amplamente utilizada para esta finalidade. O presente trabalho teve como objetivo a busca de um sistema de liberação a partir de nanopartículas de quitosana para peptídeos/proteínas do veneno do escorpião T. serrulatus, capaz de proporcionar um novo modelo de imunização em animais, com a finalidade para potencial obtenção de um soro policlonal inédito, anti-veneno de T. serrulatus. As nanopartículas de quitosana foram preparadas por gelificação iônica com tripolifosfato polianiônico (TPP). Após padronizar as concentrações de TPP e de quitosana, foi avaliado a eficiência de incorporação de Albumina Soro Bovina (BSA) e o veneno do escorpião, apresentaram tamanho de partícula compatível com a finalidade pretendida. As partículas apresentaram tamanho adequado em torno de 200nm. A reticulação foi comprovada por espectroscopia de absorção na região do infravermelho (IV). Após verificar a alta eficiência de encapsulação (EE) pelo método do ácido bicinconínico (BCA) de dosagem de proteína e a distribuição do tamanho de partículas, foi comprovado o sucesso da técnica e o potencial para aplicação in vivo das nanopartículas.