CONTROLE DE QUALIDADE DE NANOSSISTEMAS: GUIA DE CARACTERIZAÇÃO
Nanossistemas; Microemulsão; Controle de Qualidade.
A nanotecnologia tem proporcionado perspectivas com inúmeras vantagens frente às
formulações já existentes. Estas vantagens facilitam o acesso as Ciências Farmacêuticas,
criando oportunidades na área, gerando estudos de desenvolvimento, caracterização e
aplicação de sistemas terapêuticos em escala nanométrica. Este desenvolvimento é muito
importante no sentido de estabelecer alternativas terapêuticas mais eficazes, que
possibilitem maior segurança e efeitos colaterais minimizados. Contudo, não se podem
descartar os riscos de possível toxicidade ou ainda a incompatibilidade biológica de
materiais utilizados nesses nanosistemas. As microemulsões (MEs) são formulações
isotrópicas, fluidas, termodinamicamente estáveis e transparentes, formadas por um sistema
composto por fases hidrofílicas e lipofílicas, estabilizadas por um conjunto de tensoativos.
Tais sistemas podem existir sob várias formas estruturais: globular hidrofílico/lipofílico (H/L)
e lipofílico/hidrofílico (L/H), bicontínuas, cúbicas ou lamelares. Com a inexistência de
regulamentação para o Controle de Qualidade de nanosistemas, surge a necessidade de
desenvolver técnicas que atendam a esses critérios, através de análises laboratoriais,
englobando os testes necessários durante as etapas de preparação, caracterização,
estabilidade, liberação e citotoxidade. Com esta visão, o objetivo deste trabalho consistiu na
redação de um guia básico de estudos e orientações para controle de qualidade de
nanossistemas, especificamente sistemas microemulsionados, que venha suprir a carência
de publicações oficiais destinadas à orientação técnico-científica deste tipo de sistema.
Utilizando métodos de produção e caracterização (aspectos macroscópicos, determinações
do pH, viscosidade, índice de refração, condutividade, análises de tamanho de partícula,
potencial zeta, microscopia de luz polarizada e de transmissão eletrônica, diluição) sendo
ainda realizados ensaios microbiológicos. A partir das técnicas escolhidas, foi possível
produzir e caracterizar as MEs e classificá-las como interessantes formulações para
incorporação de fármacos hidrofilicos e lipofilicos, no entanto estudos futuros relacionados a
estabilidade, liberação e citotoxicidade são necessários, a fim de garatir uma maior
segurança e eficácia da formulação.