ESTUDO DOS METABÓLITOS BIOATIVOS DE INTERESSE FARMACÊUTICO EM Selaginella convoluta (ARN.) SPRING
Caatinga, Selaginella convoluta, Proteoma, Biosíntese.
A licófita Selaginella convoluta é uma espécie nativa do bioma Caatinga e está inserida no grupo das plantas da ressureição. No gênero Selaginella é relatada uma ampla diversidade de moléculas quimicamente singulares, em especial as que compõem as classes de biflavonoides e selaginelinas, sendo estas últimas exclusivas do gênero. O presente projeto objetiva estudar a ocorrência de metabólitos secundários de interesse farmacêutico em S. convoluta, norteando-se em dados prévios de proteoma obtidos de partes aéreas e raízes em situação de dessecação e irrigação, sendo um dos principais interesses, o estudo da biossíntese de metabólitos secundários de interesse farmacêutico. A análise instrumental do proteoma foi realizada em um sistema UPLC DionexUltimate 3000 com re-fragmentação dos íons mais intensos em espectrômetro de massas com detector de armadilha linear em quadrupolo (LTQ), sendo o tratamento dos dados realizado pelo software PatternLab for Proteomics. Os resultados de proteoma enfatizam a preparação da espécie para tolerar a dessecação por meio de mecanismos coordenados de proteção e sinalização inter-órgãos. Destacam-se as partes aéreas enquanto o principal órgão na biossíntese de metabólitos secundários, contudo é perceptível o envolvimento e comunicação da planta como um todo na mobilização de enzimas presentes em vias de biossíntese. Neste sentido, àquelas ligadas a biossíntese de fenilpropanoides sugerem a construção de metabólitos das classes de cumarinas e ligninas, sendo também elencanda a enzima polifenol oxidase, importante reguladora da via de fenilpropanoides, como atuante na síntese de produtos naturais em S. convoluta. As abordagens apresentadas contribuem para a inserção de métodos inovadores no estudo de moléculas oriundas de espécies da Caatinga, bem como permitem a resolução de questões de fronteira no estudo de espécies vegetais com enfoque na biossíntese de moléculas de potencial bioativo, o que promove este bioma exclusivamente brasileiro no cenário de alto impacto biotecnológico do Brasil.