ESTABILIDADE DA ANFOTERICINA B EM UM CARREADOR
NANOTECNOLÓGICO
Anfotericina B. Sistema de liberação de fármacos. Microemulsão. Teste de Estresse. Estudo de estabilidade. Farmacotoxicidade
A Anfotericina B é um composto insolúvel em água amplamente utilizado para tratar de maneira eficaz infecções fúngicas sistêmicas. A implementação de terapias mais agressivas com altas dosagens de AmB direcionadas às micoses sistêmicas invasivas, juntamente com a necessidade de redução da toxicidade intrínseca da AmB, motiva o desenvolvimento de carreadores alternativos para a administração da mesma. Os sistemas microemulsionados lipídicos têm sido muito relevantes na área farmacêutica, porque atuam como uma alternativa terapêutica farmacologicamente mais eficiente e com efeitos colaterais bastante reduzidos. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a estabilidade e o perfil fármaco-toxicológico da AmB incorporada a uma microemulsão (AmB-ME), buscando comparar o seu desempenho com a AmB livre e a AmB convencional. Para avaliação da estabilidade, as formulações foram submetidas a estudo de estresse (estresse térmico e radiação luminosa no UV) e estudo de estabilidade acelerada de 90 dias, onde as formulações foram armazenadas nas temperaturas de 25 ºC e 45 ºC. Posteriormente, em tempos pré-estabelecidos, foram realizados os ensaios de teor, atividade e toxicidade. Os resultados mostraram que a AmB possui maior susceptibilidade a radiação luminosa do que a altas temperaturas. Para todas as formulações, a AmB apresentou uma cinética de degradação de primeira ordem, sendo mais lenta na AmB-ME, com vida de prateleira de quase 30 dias. Em relação à atividade antifúngica, a AmB quando em sistema microemulsionado, manteve uma inibição de crescimento de C. parapsilosis nos 90 dias de avaliação. No entanto, em relação aos parâmetros de toxicidade (liberação de hemoglobina e potássio), estes foram mais acentuados para a formulação AmB-ME e microemulsão branca. Portanto, a microemulsão se mostra como uma estratégia interessante para a estabilização da AmB frente a condições de estresse, ocorrendo porém, a necessidade de otimizar a formulação a fim de minimizar possíveis danos celulares.