Avaliação da toxicidade aguda e subcrônica do extrato dos frutos de Genipa americana L. (GENIPAPO) em camundongos Swiss
acute toxicity, subcronic toxicity, jenipapo, Genipa americana
O uso terapêutico de plantas medicinais tem contribuído desde a antiguidade de forma benéfica para a saúde. No entanto, muitas espécies carecem de evidências científicas que forneçam embasamento para a sua utilização na prática terapêutica. Neste contexto encontra-se a espécie Genipa americana L. (Rubiaceae), conhecida popularmente como jenipapo e utilizada como antissifilítica, antiulcerosa e anti-hemorrágica, contra hematomas, como tônico, afrodisíaco, etc. Visto que, essa espécie carece de estudos toxicológicos, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do extrato dos frutos da G. americana, sobre parâmetros biológicos (eritrograma, contagem global de leucócitos e plaquetas, concentrações séricas de creatinina e uréia, enzimas aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), dosagens de colesterol total (CT), triglicerídeos (TG), e glicemia) e a toxicidade (toxicidade aguda, subcrônica). O extrato hidroetanólico dos frutos de G. americana foi preparado por maceração. Foi realizada uma análise fitoquímica preliminar para avaliar a presença de metabólitos secundários no extrato. Para a avaliação da toxicidade aguda (dose única de 2000 mg/Kg) e subcrônica (30 dias) foram utilizados camundongos Swiss de ambos os sexos. Ao final dos experimentos, amostras de sangue e órgãos foram coletados para análise. Os dados entre os grupos foram comparados por ANOVA, com pós-teste de Turkey-Kramer com nível de significância de 5%. O estudo fitoquímico do extrato indicou principalmente a presença de iridóides. Durante as avaliações de toxicidade, não houveram mortes de animais. A análise das amostras de sangue revelou que os animais submetidos à avaliação da toxicidade aguda apresentaram leves alterações hepáticas, e que os animais submetidos à avaliação da toxicidade subcrônica apresentaram alterações no peso relativo do rim esquerdo e na concentração plasmática de uréia. Apesar das alterações encontradas, segundo os critérios descritos pelos Guias OECD, sugere-se que o extrato hidroetanólico dos frutos da G. seja classificado como de baixa toxicidade.