INTERAÇÕES DA TRIANCINOLONA COM CICLODEXTRINAS EM SISTEMAS MULTICOMPONENTES
Triancinolona; Ciclodextrinas; complexos ternários.
A associação da triancinolona com ciclodextrinas e co-solventes foi realizada para solubilizar o fármaco e estudar as interações envolvidas no processo. Diagramas de solubilidade de fases mostraram que o fármaco pode ser solubilizado formando um complexo bastante estável com a ciclodextrina, onde os melhores resultados foram mostrados na associação binária do mesmo com a randomil-metil-beta-ciclodextirna (RMβCD) (incremento de solubilidade de 161 vezes). Os co-solventes aplicados também solubilizaram eficientemente o fármaco, com incrementos de solubilidade de 1,4 e 6,7 vezes (trietanolamina - TEA - e N-metil-pirrolidona – NMP -, respectivamente). O uso simultâneo de ambos os solubilizantes permitiram também a solubilização de uma quantidade considerável de fármaco, mas diminuíram a quantidade final solubilizada e a estabilidade do complexo entre fármaco e ciclodextrina (em comparação com as associações binárias com ciclodextrinas). Este resultado permitiu sistemas com maior quantidade de fármaco não complexado. Estudos de ressonância magnética 2D-ROESY mostraram que os prótons H do anel ‘’A’’ da triancinolona estão espacialmente próximos dos prótons H3 e H5 da cavidade da ciclodextrina, um achado conciso de formação de complexo. Estudos de modelagem molecular mostraram que a triancinolona pode ser incluída na cavidade da ciclodextrina preferencialmente pela extremidade do anel ‘’A’’ do fármaco através da cavidade mais estreita das ciclodextrinas, mas modificações dinâmicas podem ser apresentadas. Com as associações ternárias a conformação do complexo entre fármaco e ciclodextrina foi praticamente uni modal. A obtenção de complexos sólidos pela técnica de spray drying foi realizada com sucesso, e uma metodologia utilizando cromatografia CLAE para doseamento do fármaco foi validada. Estudos de dissolução mostraram que das associações binárias apenas a RMβCD mostrou aumento significativo da velocidade de dissolução do fármaco comparado com o sistema contendo fármaco puro, e que a associação com TEA aumentou e a adição de NMP diminuiu a velocidade de dissolução em comparação com o sistema binário. Evidencias de formação do complexo foram também verificadas com FTIR e difração de raios X. A morfologia das partículas dos complexos binários e ternários se apresentou como esferas toroidais por MEV.