ESTUDO FITOQUÍMICO DA Passiflora edulis Sims variedade edulis
(MARACUJÁ-ROXO) E Passiflora cincinnata (MARACUJÁ-DO-MATO)
Passifloraceae,maracujás
A família Passifloraceae é composta por cerca de 600 espécies, sendo mais da metade delas de ocorrência nas Américas. No Brasil as espécies de Passiflora são conhecidas como maracujás e têm uso popular amplamente disseminado, sendo a estas atribuídas principalmente propriedades sedativas, antiespasmódicas e ansiolíticas.Dentro do gênero Passiflora, destaca-se a espécie Passiflora edulis variedade Simsedulis, conhecida no Brasil como maracujá-roxo. Essa espécie é recorrente na América do Sul incluindo algumas regiões do Brasil. Diante disto, estre trabalho buscou caracterizar os marcadores químicos para a folhas e pericarpo da espécie além de avaliar sua atividade anticolinesterásica. Adicionalmente, também foi estudado a espécie Passiflora cincinnataMast, uma espécie nativa do Brasil, porém não endêmica. Conhecida popularmente como maracujá-do-mato, maracujá-mochila, maracujá-tubarão, maracujá-bravo, maracujá-de-casca-verde, maracujá-da-caatinga e maracujá-de-vaqueiro, está espécie encontra-se distribuída na América do Sul, sendo registrada do leste do Brasil ao oeste da Bolívia, ocorrendo em campos ruprestres, caatinga, floresta estacional e cerrado. Para ambas espécies estudadas a literatura é escassa de estudos sobre a fitoquímica e farmacologia, justificando assim este trabalho. O extrato das folhas e pericarpo foi preparado por infusão e então particionado com solventes de polaridade crescente diclorometano, acetato de etila e butanol. As frações geradas tiveram seu perfil fitoquímico avaliado preliminarmente por CCD e em seguida por CLAE. Na análise por CCD e por CLAE foi verificada a presença dos flavonoides do tipo glicosilados, predominantemente derivados no núcleo luteolina para as folhas da P. edulis var. edulis e P. cincinnata, e de núcleo quercetina para o pericarpo da P. edulis var. edulis. Foram isolados os componentes majoritários das Fr. BuOH denominados de PEEF1, PEEF2, e PEEF3a partir folhas de P. edulis var. edulis , PEEP1 a partir pericarpo da P. edulis var, além d PC1 e PC2 a partir das folhas deP. cincinnata. Os compostos identificados para a espécie P. edulis var edulis foram quantificados através da validação da metodologia seguindo as normas da RDC 899/2003 da ANVISA e ICH Guidelines 2005. Para a espécie P. cincinnata, a metodologia ainda está em desenvolvimento. Os testes toxicológicos para o extrato bruto das folhas não causou danos hepáticos ou renais, demonstrou também ausência de citotoxicidade, além de não interferir no desempenho reprodutivo e desenvolvimento de fetos em ratas prenhas, na dose de 300 mg/Kg, via oral. Os testes de atividade anticolinesterásica demonstrou uma atividade promissora para o extrato bruto e a fração butanólica das espécies estudadas.