PEDOGEOMORFOLOGIA EM AMBIENTE SEMIÁRIDO PARAIBANO, BRASIL
Erosão; Morfogênese; Pedogênese; Chapada.
A Pedogeomorfologia é definida como o estudo da relação solo-relevo sob diferentes aspectos: conceitual, metodológico, operacional e/ou escalar. Nas paisagens, os solos e relevos evoluem em conjunto, com influências mútuas, em maior ou menor intensidade, dependendo do contexto ambiental, acarretando em implicações paisagísticas e processos pedogeomorfológicos complexos. O conhecimento referente ao meio físico é essencial para orientar as políticas de ordenamento territorial, preservação ambiental e recuperação de áreas degradadas. O semiárido brasileiro é tido como uma região frágil do ponto de vista ambiental, por ter ocorrência de chuvas torrenciais, longos períodos de solos mais expostos, grandes amplitudes térmicas, entre outros. A região ainda carece de informações científicas que possibilitem o maior aprofundamento na compreensão da sua dinâmica. O objetivo desse trabalho foi realizar uma caracterização pedogeomorfológica da RPPN Olho d’água das Onças, localizada no município de Picuí-PB, semiárido brasileiro. O substrato geológico da área de estudo está associado a Formação Sedimentar Serra do Martins (ENsm), com ocorrência de conglomerados, arenitos, siltitos, argilitos e lateritas. Realizou-se revisão bibliográfica e cartográfica sobre a região em análise. Para a caracterização da RPPN foram elaborados produtos cartográficos em ambiente SIG, com uso do software QGIS. Utilizou-se como base a imagem do satélite ALOS-PALSAR. Foram elaborados produtos como: MDE, mapa de declividade e hipsometria, a partir dessas informações foi feito o mapa geomorfológico. Realizou-se trabalhos de campo com coletas de sete perfis de solos, representando diferentes compartimentos geomorfológicos. Identificou-se cinco unidades geomorfológicas na área: i) chapada, ii) escarpa, iii) vale com fundo chato, iv) vale estrutural, e v) planície fluvial. A caracterização pedogeomorfológica da RPPN oferece informações relevantes para a futura elaboração do Plano de Manejo da Unidade de Conservação. A identificação das unidades geomorfológicas e dos solos associados, possibilitou melhor entendimento sobre as potencialidades e vulnerabilidades de cada setor. Áreas com relevo plano e coberturas latossólicas são as mais apropriadas para criação de zonas de uso intensivo. Por sua vez, maiores cuidados devem ser tomados com as bordas das chapadas, com maior declividade e associadas com solos pouco desenvolvidos.