AVALIAÇÃO DE METALOPROTEINASES DE MATRIZ EM CÃES NATURALMENTE INFECTADOS COM Leishmania infantum
Leishmaniose Visceral Canina. Metaloproteinases (MMPs). Imunopatogênese. Leishmania infantum.
Os cães são os reservatórios primários dos parasitos do gênero Leishmania. A resposta imune induzida por Leishmania infantum é importante para a resistência a infecção e para a patogenia nestes animais. As metaloproteinases de matriz MMPs são uma família de enzimas proteolíticas que desempenham múltiplos papeis na resposta imune e remodelamento de matriz. Entretanto, a ação destas enzimas pode levar à imunopatologia em um processo infeccioso, que causa morbidade ou mortalidade do hospedeiro e favorece a disseminação do patógeno e sua persistência. Poucos estudos demonstram a correlação entre a expressão de MMPs e as manifestações clínicas dos animais portadores de leishmaniose visceral canina (LVC). Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a expressão de metaloproteinases de matriz em cães infectados naturalmente por Leishmania infantum e correlaciona-los às manifestações clínicas da doença (assintomáticos, oligossintomáticos, sintomáticos). Para isso, a expressão relativa das MMPs e seus inibidores teciduais (TIMPs) foi analisada no tecido hepático dos cães por meio da PCR em tempo real. O processo inflamatório e a citoestrutura do tecido hepático foi mensurado usando a coloração de hematoxilina-eosina. Todos os cães infectados por Leishmania infantum apresentaram elevada expressão de MMPs, quando comparados aos cães não infectados. Porém, apenas os cães sintomáticos apresentaram maior expressão da MMP-2 e -11, quando comparado ao grupo de cães assintomáticos. Ademais, cães oligossintomáticos apresentaram infiltrado inflamatório hepático maior e mais difuso, quando comparado a cães assintomáticos e sintomáticos. Por outro lado, todos os cães infectados por L. infantum apresentaram maior expressão do inibidor tecidual TIMP-1 quando comparado aos animais não infectados. Os resultados demonstram elevada expressão de MMPs (MMP2, MMP3, MMP9, MMP11 e MMP13) em cães naturalmente infectados por L. infantum e maior infiltrado inflamatório no fígado de cães oligossintomáticos, podendo contribuir para destruição do parênquima hepático e para evolução clínica da leishmaniose visceral nos animais.