Performance musical na Banda Municipal Jacques Klein de Aracati (CE)
Banda de música, Equipamento cultural, Musicalidade local, Performance musical
Conhecer sobre o universo das bandas de música é indispensável para um educador musical frente a percepção dos múltiplos contextos de atuação que este profissional pode ser inserido na atualidade. Compreendendo esta necessidade, esta pesquisa, de caráter qualitativo, busca compreender como a banda Jacques Klein da cidade de Aracati (CE) elabora sua performance musical na cidade, incorporando elementos e aspectos da tradição e da modernidade na sua atuação sociomusical e educativa. Metodologicamente foi realizado um estudo de caso etnográfico que tornou viável o levantamento de informações importantes a partir de diferentes técnicas de coleta de dados que possibilitou uma compreensão mais aprofundada acerca do objeto estudado. No processo de construção dos dados foi utilizado observações, entrevistas semiestruturadas e questionários com alguns músicos, o maestro e alguns munícipes da cidade. As bases teóricas usadas para análise dos dados giraram em torno dos conceitos de performance e musicar local a partir de Bauman (1975), Béhague (1984), Berger e Luckmann (1991), Geertz (1973, 2008),Goffman (1990), Seeger (2004, 2008,2015) e Reily (2021). A partir dos dados construídos e analisados constatei que a banda Jacques Klein na atualidade é um equipamento cultural mantido pela prefeitura da cidade que oferece um serviço musical às instituições e grupos sociais na cidade e nos seus distritos; que as performances musicais da banda são construídas a partir de uma rede de relações entre maestros, músicos e os cidadãos da cidade conforme os tipos de evento; que as atuações da banda são diversificadas e que é por isso que o repertório passa por modificações contínuas; que o maestro é um agente fundamental nos processos de seleção, manipulação e definição do repertório, mas que sofre influência direta das pessoas que organizam um determinado evento durante a escolha das músicas; que o repertório da banda sofreu processos de incorporação histórica e dinâmica no passado e na atualidade e que os músicos apresentam formas de pensar e executar determinadas músicas do repertório cujo o ato de tocar é construído a partir de suas concepções musicais que não estão inseridas na partitura.