Contribuições da Vivência da Roda de Choro para a Formação do Instrumentista de Cordas Dedilhadas
Prática de Conjunto. Roda de Choro. Tradição Oral.
Neste artigo abordamos a contribuição da vivência na Roda de Choro para a
formação do músico instrumentista de cordas dedilhadas. Sabemos que o Choro, como gênero
musical típico instrumental brasileiro, é executado em geral, nas Rodas de Choro (Práticas
Coletivas). Através da pesquisa qualitativa objetivamos identificar e compreender os aspectos
importantes oriundos dessas Rodas baseados na Transmissão Oral, no processo de
aprendizagem para a obtenção de uma significativa performance. Em sintonia com a nossa
prática profissional docente que utiliza instrumentos de cordas dedilhadas nos trabalhos de
formação e performance de grupos no ensino formal aos níveis iniciação, médio e técnico,
propomos a sistematização de alguns dos procedimentos didáticos utilizados nessas rodas. A
experiencia da Roda de Choro, vivenciada por nós e pelos renomados entrevistados, músicos
profissionais e os professores, compositores e performers brasileiros, nos levou a identificar
características específicas que podem ser sistematizadas e utilizadas no setor acadêmico como
no caso do Instrumentista Solista Colaborador que ao executar o solo auxilia aos músicos
acompanhadores, na formação e ampliação do repertório e compreensão da linguagem
rítmico-harmônica da música popular. Dentre as propriedades inerentes à Roda de Choro
citamos a improvisação procedimento que se faz presente em geral nas atividades práticas do
Choro. Como sistematização para o estudo didático das harmonias do Choro, sugerimos o
trabalho de reconhecimento e memorização das Sequências Harmônicas Didáticas que
entendemos como básicas, compostas por tríades e tétrades com sétima e as suas formas de
encadeamentos das vozes nos instrumentos dedilhados. As Sequências Harmônicas Didáticas
são oriundas da linguagem tonal constituídas em geral de modulações para os tons vizinhos e
os homônimos do tons principais. No estudo interpretativos destacamos a Percepção
Instrumental que é o ato de ouvir e tocar em sincronia com as gravações consagradas que
contribuem para a absorção dos vários estilos e formas de execução. Em busca de uma
melhor compreensão e o despertar das análises harmônicas e formais sugerimos o trabalho de
transcrição do repertório específico que contribui para uma melhor visão da estrutura da
composição.