A literatura como recurso de intervenção psicológica para o enfrentamento do câncer infantil
Câncer infantil; Luto infantil; Literatura infantojuvenil; Biblioterapia; Morte.
O câncer infantil e tratamento oncológico envolvem a vivência de diferentes situações e emoções. Mesmo com altos índices de cura e sobrevida, as crianças precisam lidar com a possibilidade da própria morte e com a morte de companheiros de tratamento. Na infância, além de dolorosa, a morte é um processo difícil de compreender, pois os adultos costumam ter dificuldade de conversar sobre morte com a criança, acreditando protegê-la. Em função disso, pode haver aumento a ansiedade, solidão e angústia, além de prejuízos no desenvolvimento infantil. Nesse contexto, é necessário oferecer cuidado integral, através de suporte psicossocial e lúdico, utilizando-se de recursos, como os livros infantojuvenis, objetivando a qualidade de vida e o desenvolvimento psicossocial infantil. Diante disso, propõe-se a elaboração e a validação de livro para o enfrentamento da morte de crianças companheiras de tratamento oncológico, com o objetivo de psicoeducar a criança sobre a morte e o luto, ajudar a elaborar as vivências e auxiliar no enfrentamento do processo de luto na infância. Para tanto, realizou-se: (1) revisão integrativa da literatura; (2) estudo de caso, com pesquisa-ação; e (3) estudo metodológico, em construção, que envolverá três pesquisas: (a) exploratória, de caráter descritivo; (b) estudo de caso, com pesquisa-ação; e (c) pesquisa metodológica. A análise dos dados foi/será realizada através de análise temática e/ou teste de confiabilidade. Verificou-se que as crianças com câncer, as famílias e os profissionais vivenciam desafios, mas também se desenvolvem enquanto pessoas e família. Ademais, constatou-se que as situações podem ser vivenciadas de maneira menos dolorosa e traumática, caso os envolvidos recebam apoio e proporcionem à criança cuidado lúdico que auxilie no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento adaptativas. Nesse contexto, os livros infantis auxiliaram na compreensão e no enfrentamento da doença, dos procedimentos médicos e do tratamento; e no manejo do luto pela morte de companheiros de tratamento. Concluiu-se que as intervenções lúdicas representaram fatores de proteção e que o papel do adulto é acompanhar e fornecer apoio, ajudando a criança a compreender, a expressar as suas emoções e a aprender a lidar com os desafios inerentes ao contexto oncológico.