Processos de alcoolização e atenção psicossocial em uma comunidade indígena potiguara no Rio
Grande do Norte
Povos Indígenas; Consumo de Bebidas Alcoólicas; Assistência à Saúde Mental; Política Pública.
O uso de bebidas alcoólicas por povos indígenas brasileiros relaciona-se com uma série de fatores históricos, psicossociais e de saúde que demandam providências urgentes na minimização dos agravos relacionados. No estado do Rio Grande do Norte (RN) não foram encontrados estudos sobre essa temática, indicando a existência de uma lacuna, na qual esse trabalho contribui para melhor entendimento da questão. O principal objetivo da tese é analisar os processos de alcoolização e a organização dos serviços de atenção à saúde em uma comunidade indígena do RN. Para tanto, foram realizadas três revisões teóricas que analisaram: 1) a construção das políticas públicas de saúde e a organização dos serviços de atenção psicossocial para povos indígenas brasileiros; 2: os processos de alcoolização entre povos indígenas na América Latina; 3) o uso prejudicial de bebidas alcoólicas por povos indígenas no Brasil. Além desses, foi empreendida uma pesquisa de campo a partir de entrevistas semiestruturadas com indígenas e profissionais de saúde que atuam na comunidade. Os resultados foram apresentados em dois artigos que indicam que a ingestão de álcool tem sido percebida como um fenômeno naturalizado e está associada a diversos problemas sociais e de saúde. Além disso, a escassez de recursos humanos e a insuficiente infraestrutura da rede de atenção têm prejudicado a organização das ações de atenção psicossocial na comunidade, potencializando os riscos de agravamento da saúde mental de indígenas mais vulneráveis.