ASSISTÊNCIA SOCIAL E AS “NOVAS TENDÊNCIAS” DE SUBSUNÇÃO DO TRABALHO AO CAPITAL: UMA ANÁLISE A PARTIR DAS POLÍTICAS DE ATIVAÇÃO DO TRABALHO
Assistência social; trabalho; políticas de ativação ao trabalho.
Com o aumento exponencial do desemprego, da informalidade e da implementação das diversas formas de trabalhos precários que subalternizam ainda mais a classe trabalhadora, a assistência social assume o papel de gerenciamento da pobreza no capitalismo contemporâneo. Esse gerenciamento da pobreza protagonizado pela assistência social se dá pela implementação dos programas de transferência de renda e pelas políticas de ativação ao trabalho. Tal fato reconfigura essa política como elementar no atendimento das necessidades sociais e materiais da classe trabalhadora sob um forte aparato individualista, que transfere para a classe trabalhadora a responsabilidade de lidar com o seu contexto de pauperização e de precarização do seu trabalho. Diante disso, objetivou-se analisar a centralidade da assistência social no gerenciamento da reprodução da classe trabalhadora, por meio das políticas de ativação ao trabalho, e sua relação com as condições de trabalho no capitalismo contemporâneo. Foi realizado um estudo bibliográfico e de levantamento de dados documentais e estatísticos, com a finalidade de compreender o objeto de estudo em questão, a intersecção entre assistência social e trabalho por meio das políticas de ativação ao trabalho, nas suas múltiplas determinações. Os principais resultados apontam a relação cada vez mais profunda entre assistência social e trabalho, que se reatualiza no contexto do capitalismo contemporâneo, por meio do culto ao individualismo, da aposta na qualificação profissional e do mito do empreendedorismo como válvulas de escape das condições de miserabilidade da classe trabalhadora. Ademais, os dados apontam que o cenário posto no mercado de trabalho para absorver esses usuários é de uma intensa precarização do trabalho, o aumento da informalidade como regra e de uma baixa remuneração salarial. Conclui-se que, a assistência social assume o papel de lançar os usuários atendidos forçosamente aos contextos de precarização do trabalho, por intermédio das políticas de ativação do trabalho.