“NÃO DELEGAR”: UM RESGATE DO PROTAGONISMO DA CLASSE TRABALHADORA NO CAMPO DA SAÚDE DO TRABALHADOR
Saúde do Trabalhador, Marxismo, Psicologia
A contradição capital-trabalho impacta negativamente na saúde da classe trabalhadora, em detrimento do interesse da classe dominante pelo incessante acúmulo de capital. Diante disso, o campo da Saúde do Trabalhador (ST) surge em 1970 com a perspectiva de protagonismo dos trabalhadores no cuidado em saúde, marcado fortemente pelo lema “não delegar”. Esse estudo parte da hipótese de que a fragilidade do protagonismo dos trabalhadores dificulta transformações reais e mais consistentes neste campo, fazendo com que permaneçam altos índices de acidentes e doenças do trabalho. Por isso, buscamos analisar os impasses atuais para efetivação do protagonismo da classe trabalhadora acerca de sua saúde. Como objetivos específicos, propomos: (a) articular categorias marxistas com o campo da ST; (b) analisar o que significa falar em protagonismo dos trabalhadores na atualidade; (c) estudar o caso dos metalúrgicos do ABC nessa perspectiva, identificando as transformações que as categorias passaram historicamente, as formulações dos trabalhadores, via sindicatos, sobre a pauta da saúde; (d) verificar como trabalhadores adoecidos ou acidentados dessas categorias identificam esses impasses presentes no processo saúde-trabalho. Para atingir a esses objetivos realizamos (1) um estudo teórico das contribuições de Marx, das categorias processo de trabalho, alienação e estranhamento, articulando tais conceitos com o campo da ST. Outra etapa busca (2) estudar o caso particular da categoria metalúrgica do ABC, através (a) de análise documental de resoluções dos congressos e imprensa do sindicato sobre a pauta da saúde do trabalhador; (b) entrevista com trabalhadores que buscam apoio do sindicato diante de uma situação de adoecimento/acidente de trabalho.