Uma abordagem psico-antropológica do conhecimento na "escola da vida" em adultos com pouca ou nenhuma educação no Brasil
Adultos com pouca ou nenhuma educação, Aprendizagem, Abordagem Psico-etnográfica, Brasil, Escola da Vida.
O principal objetivo desta tese é informar sobre as condições de aquisição de conhecimento na "escola da vida" por adultos brasileiros com pouca ou nenhuma educação.
O termo "escola da vida" comumente usado pelo povo brasileiro de classe social popular enfatiza a importância da vida diária para a aprendizagem em oposição à escola onde essas pessoas estão mais frequentemente em insucesso escolar. Ao adotar uma abordagem psico-antropológica (observação participante da atividade diária e profissional de adultos, histórias de vida), realizamos dois estudos focados inicialmente no conhecimento digital. O primeiro estudo diz respeito às atividades diárias de seis mulheres migrantes do campo que vivem na periferia de Porto Alegre: gerenciamento de orçamento e comércio. O segundo estudo aborda as práticas profissionais de um comerciante de frutas e legumes seguido por seis meses, a partir da compra de produtos para venda em um mercado no Recife. Os dados de entrevista (gravações de vídeo transcritas) e as observações registradas em um diário de bordo são analisados a partir do quadro teórico proposto por Barbara Rogoff (1995) que distingue três níveis: institucional ou comunitário, inter e intra-pessoal. Parece que as estruturas de participação são muito diversas: colaboração com parentes, quase-ensino pelo empregador, transmissão de know-how a gerações mais jovens. O conhecimento digital está embutido em uma rede de conhecimento. As pessoas criam ou adaptam uma variedade de instrumentos para atender suas atividades.