RELAÇÕES ENTRE INTELIGÊNCIA E FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
função executiva; inteligência; criança superdotada;
Na atualidade, identifica-se ampliação do número de estudos que investigam as relações entre inteligência e funcionamento executivo, notadamente por conta da importância que estes têm assumido enquanto preditores do desempenho escolar e profissional. Porém, ainda há controvérsia em termos da existência de correlações entre estes domínios e se há variabilidade na contribuição de funções executivas específicas para estas. Por outro lado, os estudos têm investigado população infantil, adolescente e adulta dentro da variação normal de inteligência, sem considerar os extremos, ou seja, a deficiência intelectual e as altas habilidades. Diante do exposto, este estudo objetivou caracterizar o perfil executivo de crianças com altas habilidades/ superdotação. Participaram do estudo 24 crianças, sendo 12 identificadas com AH/S e 12 com inteligência dentro da variação normal, com idades entre 7 e 11 anos, pareadas por idade, sexo, escolaridade e nível socioeconômico. Ambos os grupos foram avaliados a partir do Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (TMPCR) e dos subtestes de atenção e funções executivas do Nepsy II. Os resultados apontam que o grupo de crianças com AH/S obtiveram resultados inferiores aos do grupos em controle em tarefas que envolveram atenção sustentada, atenção alternada e controle inibitório. Porém, obtiveram melhores resultados em tarefas que envolveram flexibilidade cognitiva e criatividade. Por fim, não foram identificadas correlações significativas entre os subtestes do Nepsy II e o Teste das Matrizes Progressivas de Raven.