Avaliação das habilidades neurocognitivas em crianças e adolescentes sobreviventes da Leucemia Linfóide Aguda- LLA
leucemia; neuropsicologia; oncologia pediátrica; quimioterapia; radioterapia.
O presente estudo investigou o impacto das modalidades de tratamento da Leucemia Linfóide Aguda sobre as habilidades neurocognitivas de crianças e adolescentes sobreviventes, com faixa etária entre 6 e 16 anos de idade, acompanhados nos setores de oncologia pediátrica de serviços públicos de saúde das cidades de Campina Grande- PB e Natal-RN. Participaram deste estudo 52 crianças, sendo destas 13 crianças e adolescentes diagnosticados com leucemia e 39 crianças saudáveis pareadas em relação ao grupo de estudo considerando-se o sexo, idade, tipo de escola e nível de escolaridade materna. Posteriormente o grupo de crianças com leucemia foi subdividido em dois subgrupos em função da modalidade de tratamento as quais foram submetidos: Grupo 1A (exclusivamente tratamento quimioterápico) e 1B (tratamento quimioterápico e radioterápico). Todos os participantes foram submetidos à bateria de testes neuropsicológicos que investigou as seguintes habilidades neurocognitivas: capacidade intelectiva, sistema mnemônico, atenção, visoespacialidade e visoconstrução, velocidade de processamento e funções executivas. Os dados foram analisados através de medidas descritivas e inferenciais com o auxílio do Teste U de Mann-Whitney e do Teste t, considerando-se a influência das variáveis: sexo, idade ao diagnóstico, tempo decorrido desde o término do tratamento e nível de escolarização das mães, sobre o desempenho das crianças. De forma geral, conclui-se que o adoecimento e o tratamento da leucemia linfoide aguda favorece significativamente o surgimento de déficits cognitivos, em especial em termos de habilidades visoespaciais, visoconstrutivas e habilidades executivas. Por sua vez, a modalidade de tratamento da radioterapia está associada à presença de déficits mais severos, com destaque para o impacto significativo sobre a velocidade no processamento da informação. Espera-se que os resultados ora apresentados venham a contribuir para uma melhor compreensão acerca da natureza e da extensão dos efeitos neurocognitivos advindos do tratamento da LLA.