EXERCÍCIO FÍSICO COM RESTRIÇÃO DE FLUXO SANGUÍNEO: ASPECTOS METODOLÓGICOS E EFEITOS COLATERAIS DA TÉCNICA
KAATSU; Oclusão vascular; Exercício físico; Reabilitação; Dor muscular tardia; Dano muscular.
O objetivo deste estudo foi sistematizar as evidências científicas sobre o efeito de sessões de treinamento resistido com restrição de fluxo sanguíneo (RFS) em marcadores de dano muscular (DM) e analisar os principais efeitos colaterais da técnica. Para contemplar os objetivos previstos, dois estudos foram conduzidos. No primeiro estudo, 113 profissionais que haviam feito a prescrição da técnica responderam um questionário autoaplicável, composto por 21 questões. Os profissionais reportaram aplicar a técnica em indivíduos com diferentes faixas etárias, mas principalmente em pessoas com idade de 20-29 anos (74,6%). A maioria dos profissionais associou a RFS ao exercício resistido. A maioria dos profissionais observou formigamento (71,2%) e dor muscular tardia (DMT; 55,8%). No segundo estudo, dois pesquisadores realizaram de forma independente buscas em seis bases de dados eletrônicas, visando identificar ensaios clínicos que analisaram marcadores de DM antes e após sessões de treinamento resistido com RFS. Vinte estudos foram elegíveis, englobando 332 participantes saudáveis. A DMT foi a medida utilizada com maior frequência. Os resultados para ocorrência de DM após sessões de treinamento resistido de baixa carga foram divergentes e utilização de esquema de repetições pré-definindo versus falha muscular parece explicar essa divergência. Conclui-se que a prevalência de efeitos colaterais graves decorrentes da técnica de RFS parece ser mínima e a utilização de séries até a falha em sessões de treinamento resistido com RFS e baixa carga parece maximizar alterações em marcadores de dano muscular.