CORPO, PERCEPÇÃO E CULTURA DE MOVIMENTO NO CINEMA
Corpo, Percepção, Cultura de movimento, Fenomenologia, Imagem.
O cinema influencia diretamente a vida dos sujeitos por aquilo que o visível e o invisível de suas imagens móveis evidenciam na sua apreciação estética. As relações entre o corpo, a percepção e o movimento na cinematografia apontam para novos horizontes de significações para que possamos ampliar o nosso olhar para a compreensão sobre a corporeidade e a cultura de movimento, o que nos permite criar ainda outros vínculos para ampliarmos o conhecimento sensível do corpo e do movimento para a área da Educação Física. Para tanto, partimos do ensejo de identificar e descrever as expressões do corpo e do movimento possibilitadas pela percepção cinestésica que temos das imagens fílmicas, relacionando-as com a compreensão de cultura de movimento, bem como apontar horizontes para o conhecimento estético da educação física, relacionando o corpo, a percepção e a expressividade. O método de pesquisa utilizado parte do pensamento fenomenológico do filósofo francês Merleau-ponty, fundamentando-nos em três aspectos que se encontram interligados: a experiência vivida, a intencionalidade da consciência e a redução fenomenológica; como técnica de pesquisa será utilizado nesse estudo a variação imaginativa, reconhecendo que os processos corporais e mentais se fazem presentes na imaginação. Assim, realizamos uma apreciação estética de algumas obras do cineasta Carlos Saura (Bodas de sangue, Ibéria, Tango, Fados), por meio de uma Ficha de filmes, em que descrevemos alguns aspectos técnicos do cinema, relacionando-os com a relação entre o corpo e a cultura de movimento; reconhecemos nos filmes em questão aspectos deveras significativos para que possamos pensar sobre o conhecimento sensível da Educação Física em face da experiência corpórea, das fisionomias, das atitudes do corpo presentes no tempo e espaço, cujas imagens em movimento ampliam a nossa forma de ver e de perceber o corpo em movimento para além da vida comum. Nessa perspectiva, os diversos temas da vida e dos próprios discursos da Educação Física encontram no próprio refletir a extensão do nosso olhar dada pela conivência do real com o imaginário, possibilitando outros modos de ver e pensar sobre os diversos temas da corporeidade e da motricidade humana, por meio da experiência perceptiva que, no cinema, desperta a dimensão poética do corpo para fazer deste uma obra de arte.