A evolução do emprego formal industrial nas cidades médias do estado do Ceará (Juazeiro do Norte, Crato e Sobral) no período de 1990 a 2010.
Emprego Formal e Salários; Indústria; Cidades Médias; Ceará.
A análise do presente trabalho constitui-se em uma abordagem sobre a evolução do emprego formal industrial nas cidades médias do estado do Ceará no período de 1990 a 2010, posto que esse período foi marcado por importantes mudanças. Ressalta-se que com o propósito de alcançar tal intuito, o presente estudo foi realizado a partir do levantamento da literatura mais relevante sobre a temática, bem como a utilização da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), publicada pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A questão central a ser considerada neste estudo é saber como evoluiu o emprego formal da indústria nas cidades médias (Juazeiro do Norte, Crato e Sobral) do estado do Ceará? O pressuposto que norteia este trabalho é que dadas as políticas econômicas dos anos de 1990 e 2000 essas políticas estimularam a relocalização, implicando assim no crescimento significativo do emprego industrial formal nessas cidades. No que concerne aos resultados obtidos na pesquisa, constatou-se que o setor industrial dessas cidades, apresentou considerável dinamismo no que refere-se à expansão dos estabelecimentos. Quando se observa em termos percentuais as cidades médias (345,5%) tiveram o maior crescimento do número de estabelecimentos na década de 1990 com taxas mais elevadas que a região Nordeste (285,9%) e o Brasil (167,5%). O destaque foi para a cidade de Juazeiro do Norte, com maior concentração de micro e pequenas empresas calçadistas do estado. No que concerne a quantidade de empregos formais criados nas cidades médias, o mesmo passou de 6.596 em 1990 para 41.660 mil empregos formais em 2010, apresentando uma taxa de crescimento de 532%. O setor que mais contribuiu para geração de emprego foi o calçadista. Ainda quanto aos níveis de salários mínimos, a década de 1990 registrou os menores níveis. Nos anos 2000, houve ganhos reais de níveis de salários mínimos em todas as cidades, contudo, pode ser destacado que ao longo das décadas houve significativo dinamismo. Entretanto, tal dinamismo não foi suficiente para evitar que ao final do período estudado as CMs-Ceará apresentassem baixos salários.