CIDADES MÉDIAS, INTERAÇÕES ESPACIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL: UM OLHAR PARA O ESTADO DO CEARÁ
Ceará. Cidades Médias. Desenvolvimento Regional. Multiescalaridade.
A globalização configurou-se em transformações em larga escala. Seus processos indicaram a imposição à lógica de fluxos e rede e descontinuidades ou fragmentações dos espaços, além de novas interpretações sobre a questão regional. A evidência das disparidades intra e inter-regionais trouxeram à tona o desigual desenvolvimento promovido ao longo do século XX. Nessa perspectiva, observa-se a complexidade do que é cidade e do que vem a se transformar sob a égide das transformações promovidas pelo ser humano e pelo capital. As cidades, sobretudo as cidades médias, a partir daí, auferem novos papeis na lógica espacial contemporânea ampliando seu papel articulador multiescalar dos territórios. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo geral analisar se as cidades médias cearenses promovem o desenvolvimento em suas áreas de influência regional numa perspectiva multiescalar. A metodologia tem base bibliográfica, fazendo uso dos métodos exploratório e descritivo com análise quali-quantitativa. O período de análise compreende as duas décadas do século XXI. O lócus de pesquisa é o estado do Ceará. A classificação e critério estabelecidos para selecionar as cidades médias compreende o intervalo populacional de 75.000 a 500.000 habitantes, tendo como hipótese norteadora a existência de cidades médias com números populacionais inferiores e com capacidade suficiente de exercer as mesmas funções que uma cidade média classificada pelo IBGE tais como Picos-PI e Pau dos Ferros-RN. Destarte, foram selecionadas 11 cidades, a saber: Canindé, Crateús, Crato, Iguatu, Itapipoca, Juazeiro do Norte, Quixadá, Quixeramobim, Russas, Sobral e Tianguá. A ideia é entender, a partir da estrutura produtiva dessas cidades sua influência urbano-regional e econômica, fomentando o desenvolvimento regional. Ademais, a despeito de Caucaia, Maracanaú, Maranguape, Pacatuba e Aquiraz contemplarem o critério estabelecido, não estarão no escopo deste estudo, pois estão inseridas na Região Metropolitana de Fortaleza, a qual apresenta uma forte concentração da estrutura produtiva do Estado e, em detrimento disto, não exercem características intrínsecas a cidade média.