Estrutura produtiva regional; Desigualdades de renda; Shift-Share; AEDE; Spatial Panel Fixed Effects Lag Model
Pensar a questão regional é compreender que há a necessidade de superar certas disparidades reproduzidas no território, sob diversas óticas, sejam elas intra ou inter-regionais. A presente dissertação teve como objetivo geral analisar a estrutura produtiva das regiões brasileiras e os determinantes das desigualdades intermunicipais de renda no Brasil. Ambos os temas foram estudados sob à luz da teoria da economia regional. Os dados da pesquisa são de natureza secundária e como procedimento metodológico foram utilizados o método shift-share, para análise da estrutura produtiva regional, e técnicas de econometria espacial para análise da desigualdade intermunicipal de renda no Brasil. O recorte temporal equivale aos anos de 2000 a 2017, compreendendo períodos de crescimento econômico e crise na economia brasileira. Os resultados demonstram que setores como comércio e serviços geraram mais emprego no período de crise em detrimento dos setores da indústria e construção civil, que apresentam impactos negativos no mercado de trabalho. Já o setor agropecuário demonstrou forte sazonalidade em todos os períodos de análise. No que se refere a desigualdade intermunicipal de renda, observou-se grande diferença regional, pois os clusters Baixo-Baixo prevalecem nas regiões Norte e Nordeste, enquanto os clusters Alto-Alto, se situam em grande parte no Centro-Sul do país. Pelo exercício econométrico, foi diagnosticado pelos testes de Hausman e de Multiplicador de Lagrange que o modelo mais adequado é o Spatial Panel Fixed Effects Lag Model. Os resultados mostraram que os indicadores de Gini, taxa mortalidade infantil, infraestrutura, densidade populacional e do PIB per capita de um município impactam positivamente e diretamente no aumento das diferenças de renda deste mesmo município e indiretamente nos diferenciais de renda dos municípios vizinhos. No entanto quando se analisa o efeito total das demais variáveis, observa-se justamente o oposto. Um aumento de 1% na média do indicador de escolaridade e maior abastecimento de energia elétrica geram um efeito total positivo no que diz respeito a redução das desigualdades sociais, regionais e de renda, tanto no município em questão, quanto em seus vizinhos provocando redução dos diferencias de renda. De maneira geral, observou-se que as características da estrutura produtiva regional acabam por concentrar um maior dinamismo econômico no Centro-Sul, frente às regiões mais atrasadas como Norte e Nordeste. Além disso, conclui-se que essa desigualdade também é vislumbrada no indicador de diferenciais de renda per capita e seus determinantes.