VALIDAÇÃO DE PROTOCOLO DE ATENDIMENTO PARA PESSOAS COM ÚLCERA VENOSA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Protocolos; úlcera varicosa; Assistência Centrada no Paciente, Qualidade de vida, Atenção Primária à Saúde. Estudos de validação
O estudo teve como objetivo construir e validar um protocolo para assistir pessoas com úlcera venosa na atenção primária. Trata-se de um estudo longitudinal, analítico, quantitativo, do tipo metodológico realizado em três etapas: primeira etapa referente ao levantamento da literatura para subsidiar a construção do protocolo; em seguida, esses aspectos foram organizados e propostos aos juízes do estudo através de um formulário online na página do Google docs; e a terceira etapa do estudo consistiu em resubmeter o protocolo aos juízes (técnica Delphi). O estudo foi iniciado após aprovação do comitê de Ética em Pesquisa. A primeira etapa foi realizada nas bases de dados e nas páginas das secretarias de saúde e nas etapas subsequentes foi realizada uma busca ativa por meio da plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a fim de identificar profissionais de saúde do Brasil que atuassem como juízes do instrumento e em seguida, via online, o formulário foi submetido aos juízes. A amostra de juízes da pesquisa para segunda etapa foi de 50 juízes e para a terceira etapa foram 35 juízes. A análise foi feita com índice Kappa ≥0,81 e Índice de Validade de Conteúdo (IVC)>0,80. Na primeira submissão aos juízes, as categorias que tiveram itens que não atingiram os índices Kappa e IVC estabelecidos foram: solicitação/ realização/ resultados de exames, dados sociodemográficos, anamnese, fatores de risco, verificação de dor/ sinais vitais/ pulso/ sinais de infecção/ localização da lesão/ edema e tratamento da dor. Após a remoção dos itens que não obtiveram os índices Kappa ou IVC estabelecidos, verificou-se aumento dos níveis das categorias, alcançando índices ótimos. Na etapa seguinte houve a ressubmissão do protocolo aos juízes por meio da técnica Delphi em que se verificou que das 15 categorias do protocolo 12 apresentaram melhores escores na fase Delphi 2 e as outras três categorias mantiveram os mesmos índices Kappa e IVC da fase anterior o que indica a validade e reprodutibilidade do instrumento. Quanto a média dos requisitos de avaliação do protocolo verificou-se que as notas atribuídas pelos juízes na segunda fase foram maiores em nove dos 10 itens, permanecendo a mesma em apenas um dos itens indicando validade do instrumento perante o consenso dos juízes. Assim, aceitamos a hipótese alternativa no estudo a medida que foram obtidos na fase Delphi 2 índices de validade maiores ou iguais os da fase Delphi1, indicando a reprodutibilidade do protocolo. A formulação deste protocolo de assistência válido e reprodutível possibilitará uma reorganização e replanejamento da assistência, com padronização das ações e a continuidade da assistência às pessoas com úlcera venosa na atenção primária.