Desenvolvimento do conceito Enfermagem em Reabilitação para o contexto brasileiro.
Formação de conceito; Enfermagem; Reabilitação.
Introdução: A enfermagem em reabilitação não foi amplamente estabelecida no Brasil. Muitos enfermeiros desconhecem seu papel e importância como membros da equipe de reabilitação. Acredita-se na existência de uma lacuna conceitual na área de enfermagem em reabilitação nesse país, que pode estar contribuindo para essa problemática. Objetivo: Desenvolver o conceito Enfermagem em Reabilitação para o contexto brasileiro, com base no modelo híbrido de desenvolvimento do conceito. Método: O Modelo Híbrido de Desenvolvimento de Conceitos foi efetivado em três fases: Teórica, de Campo e Analítica Final. Na Fase Teórica, foram analisados 120 estudos que descreveram a prática do enfermeiro com foco na reabilitação. A Fase de Campo foi conduzida em um Hospital Universitário e em um Centro Especializado em Reabilitação (CER), ambos localizados em uma capital do Nordeste do Brasil, por meio de observações participantes e entrevistas semiestruturadas, com enfermeiros, membros da equipe de saúde, pacientes e acompanhantes. Os dados da Fase de Campo foram analisados utilizando-se os resultados da Fase Teórica como eixo teórico e a Análise Temática como referencial metodológico. Na Fase Analítica Final, os resultados das fases Teórica e de Campo foram comparados, analisados e integrados sob a luz do Modelo Teórico de Enfermagem baseado nas Atividades de Vida, o que permitiu chegar a uma definição do conceito. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) com CAAE 03986518.0.0000.5537. Resultados: Os dados evidenciam que Enfermagem em Reabilitação no Brasil pode ser definido como um processo educativo e de cuidado, desenvolvido pela equipe de enfermagem, a partir de uma assistência sistematizada, que envolve o paciente, a família e a equipe multidisciplinar e visa à prevenção de complicações, a promoção da independência e autonomia nas atividades de vida, a qualidade de vida, a adaptação a uma nova situação de vida, a reinserção social e familiar e/ou o bem-estar. Conclusão: Acredita-se que a abordagem híbrida permitiu expandir e esclarecer aspectos essenciais de definição e medição do conceito em estudo, o que favoreceu o desenvolvimento de um conceito passível de ser aplicável em diferentes contextos de atuação profissional no Sistema Único de Saúde (SUS).