Banca de DEFESA: ANDERSON BRITO DE MEDEIROS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANDERSON BRITO DE MEDEIROS
DATA : 04/12/2019
HORA: 13:00
LOCAL: Departamento de Enfermagem
TÍTULO:

Representações sociais da maternidade elaboradas por mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional.


PALAVRAS-CHAVES:

Gravidez. Lactação. Prisões. Prisioneiros. Psicologia Social.


PÁGINAS: 46
RESUMO:

Introdução: O período gestacional durante a privação de liberdade no sistema prisional, bem como a lactação, são processos delicados, complexos e posto à margem, atentando contra a melhor experiência da maternidade. A vivência do processo gestacional no ambiente carcerário possibilita interações que reelaboram os sentidos e mundo simbólico dessas mulheres. Objetivo: Analisar as representações sociais da maternidade entre mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional. Método: Trata-se de um estudo qualitativo, ancorado nos pressupostos do Paradigma Teórico das Representações Socais na vertente estrutural, realizado com 42 mulheres gestantes, lactantes e que vivenciaram a gestação em privação de liberdade no sistema prisional do estado do Rio Grande do Norte, no período entre maio e setembro de 2019. Para coleta de dados, utilizou-se questionário sociodemográfico, desenho-estória com tema e a técnica de evocação livre de palavras associada ao modelo de substituição e de descontextualização (zona muda), com o termo indutor “ser mãe na prisão”. Os dados foram analisados através de processamento prototípico (quadro de quatro casas) para cada matriz, para as quais foram calculadas, automaticamente, frequências intermediárias (±8,37 matriz 1 e ±8,10 matriz 2) e ordens médias de evocações (matriz 1: ±3,08; matriz 2: ±3,01), de acordo com os requisitos. Compôs, assim, os núcleos centrais, as periferias e as zonas de contrastes. Realizou-se, ainda, o teste de composição e co- ocorrência das palavras (análise de similitude). O processamento analítico se deu no software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRAMUTEQ), versão 7 alpha 2. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob o CAAE: 08005219.7.0000.5537. Resultados: As participantes tinham, em sua maioria, entre 18 a 28 anos (n=20; 47,62%); encontravam-se solteiras (n=20; 47,62%). Tiveram duas gestações ou mais (n=38; 90,47%) e referiram um ou mais abortamentos (n=21; 50%). Na análise prototípica, verificou-se que o termo indutor resultou em 420 evocações e 133 palavras distintas. Após categorização e lematização, o número de palavras diferentes evocadas pelas mulheres foram 84 entre a matriz 1 e 2. Excluindo-se as evocações com frequência inferior a três, resultou-se em um aproveitamento de 31,15%. Na matriz 1, a possível representação do ser mãe na prisão, cristalizou-se, principal e semanticamente, pelos termos: separação (f=27; OME: 2.9), tristeza (f=18; OME: 2.3), horrível (f=16; OME: 2.1), dor (f=12; OME: 2.8). Na zona de substituição e de descontextualização (matriz 2), as representações foram objetivadas pelos termos separação (f=18; OME: 3), tristeza (f=13; OME: 2.5), medo (f=11; OME: 2.2), horrível (f=10; OME: 1.5). Desta forma, a única diferença representacional entre os dois núcleos foi a mudança da palavra dor por medo na matriz 2, mantendo a cristalização entre os dois quadros no que se refere a primeira casa do quadro. Na análise de similitude, o núcleo central, composto pelo termo “separação”, teve forte co-ocorrência com as palavras: “sofrimento (11), distante (4), abandonada (3), horrível (9), adoção (4) e tristeza (8)”. Considerações finais: Vivenciar a maternidade no sistema prisional, seja enquanto gestante ou lactante, representa para a mulher um conjunto de sentidos e significados, os quais são atribuídos a partir das normatizações institucionais e leis prisionais que fragilizam a díade mãe-filho e, potencializam o aprisionamento feminino, significando para essas mulheres, essencialmente, sofrimento pela dicotomia do vínculo com o filho.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 396864 - FRANCISCO ARNOLDO NUNES DE MIRANDA
Interna - 2344942 - JOVANKA BITTENCOURT LEITE DE CARVALHO
Externo à Instituição - DULCIAN MEDEIROS DE AZEVEDO - UERN
Externo à Instituição - JAIME ALONSO CARAVACA-MORERA - UCR
Notícia cadastrada em: 04/11/2019 09:40
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