Vivência do adolescente e adulto jovem no puerpério da companheira
Homem, período pós-parto, saúde da família.
Tornar-se pai faz parte de um processo de inter-relações estabelecidas entre o homem e o recém-nascido. Durante essa construção, transformações e mudanças são vivenciadas e o homem necessariamente busca uma nova identidade para exercer um novo papel social, o de pai. Contudo, quando a paternidade ocorre durante a adolescência ou juventude, ela pode caracterizar-se como fator de vulnerabilidade, pois a carga de responsabilidade é capaz de desencadear problemas de ordem fisiológica e emocional. O estudo objetiva descrever a vivência do adolescente e adulto jovem sobre o período puerperal da companheira na estratégia saúde da família. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva com abordagem qualitativa realizada no município de Caicó, Rio Grande do Norte. Os participantes do estudo foram 15 homens adolescentes e adultos jovens, com idade de 10 a 24 anos. A coleta de dados ocorreu nos meses de julho a setembro de 2015 por meio de entrevista semiestruturada. Realizou-se análise de conteúdo na modalidade temática, sendo analisadas a partir da literatura pertinente. Assim, emergiram as seguintes categorias: participação do adolescente e adulto jovem no cuidado à companheira durante o pós-parto; sentimentos vivenciados pelo homem adulto jovem e adolescente no pós-parto; presença da família ampliada: (re)arranjos no contexto do pós-parto. Essa investigação revelou que os depoentes estabeleceram interações no pós-parto ao realizar o cuidado com a companheira e o recém-nascido a partir de atividades domésticas, no auxílio na rotina de cuidados com filho e ao vivenciar sentimentos ambivalentes como felicidade, anseio, dentre outros. Também, observou-se que os adolescentes e adultos jovens receberam apoio familiar, ao instituir uma relação de aproximação com os entes, diante das necessidades que emergem no período puerperal e da chegada do novo membro familiar. Diante disso, sugere-se que a estratégia saúde da família desenvolva um programa baseado na fase puerperal para este grupo populacional, de modo a receber apoio, incentivo e orientações para lidar com as novas interações presentes no período.