Acompanhamento coletivo do Crescimento e Desenvolvimento infantil: participação de mães/cuidadores.
Saúde da criança; Crescimento e desenvolvimento; Enfermagem; Saúde Pública.
Objetivou-se analisar a participação de mães/cuidadores sob a ótica do paradigma de saúde que direciona o acompanhamento coletivo de crescimento e desenvolvimento da criança. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa, realizada em duas Unidades de Saúde da Família localizadas no município de Natal/RN. Os dados foram coletados nos meses de agosto a setembro de 2014, por meio da técnica da observação participante e entrevista semiestruturada, com mães de crianças atendidas nas consultas de acompanhamento coletivo do crescimento e desenvolvimento infantil. Sendo incluído um total de 13 mães. Como critérios de inclusão foram estabelecidos: ser mãe/cuidador responsável pelo cuidado às crianças que tenha frequentado uma ou mais reunião de acompanhamento coletivo de crescimento e desenvolvimento infantil e demostrem interesse em assinar o Termo de Autorização para Gravação de Voz e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, autorizando a inclusão de seu discurso nesta pesquisa. Como critérios de exclusão estabelece-se: usuários não pertencentes à área de abrangência da Unidade de Saúde da Família e que não utilizavam o Sistema Único de Saúde como principal serviço de atendimento em saúde. Para o tratamento do material coletado, foi utilizada a Análise de Conteúdo, modalidade temática proposta por Bardin. A pesquisa seguiu os princípios éticos e legais que regem a pesquisa científica com seres humanos preconizados pela resolução Nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde e sua realização se ocorreumediante aprovação do projeto no comitê de ética e pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que obteve aprovação pelo Parecer Consubstanciado nº 719.949, de 27 de junho de 2014, e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética nº 32510514.7.0000.5537. Apesar de não conceituarem teoricamente, as mães demonstram que as consultas coletivas de crescimento e desenvolvimento infantil são ações direcionadas ao modelo de vigilância à saúde, uma vez que a grande maioria aponta o acompanhamento do seu filho à ações que podem ser mensuráveis. Mesmo com isso, é possível constatar a existência de ações de promoção da saúde através do relato da troca de experiência e protagonismo dos sujeitos na ação coletiva, fator facilitado pelo vínculo estabelecido entre usuários e profissionais e usuários. Nessa ação, há a indução de uma relação horizontalizada, onde busca-se aliar o saber popular ao conhecimento científico de modo a favorecer o cuidar integral da criança. No entanto, ainda é possível encontrar profissionais que direciona sua assistência apenas aos processos patológicos e deixam de criar alternativas de cuidado que englobem o todo. Além disso, ainda há um desfalque nas equipes multiprofissionais que deveriam prestar o cuidado à população infantil. Tal fator pode estar relacionado à própria formação profissional, sendo desta maneira uma questão que pode perdurar por alguns anos. Conclui-se que é necessário incorporar alternativas e modelos de atenção que subsidiem a superação das limitações e que favoreçam a saúde da população, envolvendo-a na perspectiva de uma melhor qualidade de vida e consequentemente saúde.