Perfis e práticas dos profissionais de saúde mental nos hospitais psiquiátricos do Rio Grande do Norte.
Hospitais psiquiátricos; recursos humanos em saúde; papel profissional; política; ensino.
No campo de atuação da rede de atenção psicossocial brasileira, entre avanços e desafios, os profissionais de saúde são considerados atores importantes no processo de transformação de politicas e práticas nos diversos cenários de saúde mental, inclusive no hospital psiquiátrico. O estudo objetiva analisar o processo de reforma psiquiátrica e a política de saúde mental no Estado do Rio Grande do Norte a partir dos perfis e práticas dos profissionais de nível superior dos hospitais psiquiátricos. Trata-se de uma pesquisa analítica, transversal, com dados quantitativos e qualitativos, a ser realizada nos dois hospitais psiquiátricos do RN. A amostra por conveniência será composta por 60 profissionais de nível superior das instituições hospitalares que responderão um questionário com questões fechadas e semiabertas sobre o perfil socioeconômico, as políticas, as práticas e a formação em saúde mental. Os dados após tabulados e submeteram-se as respostas das questões fechadas do questionário no programa estatístico SPSS versão 20.0, analisando-os por meio de estatística descritiva, com a formulação de gráficos e tabelas. Para verificar o nível de significância, adotar-se-á o valor p<0,05, com a aplicação dos testes qui-quadrado e exato de Fisher. Submeterão os dados das questões semiabertas ao software ALCESTE e à luz da análise de conteúdo de Bardin. Em respeito aos preceitos éticos de pesquisa e a Resolução Nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, o projeto obteve parecer favorável pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob nº 508.430, CAAE: 25851913.7.0000.5537, em 20 de dezembro de 2013. Resultados preliminares estão destacados em três artigos. O primeiro artigo, intitulado “O processo cuidar em saúde mental no contexto da atenção psicossocial”, objetivou analisar o fenômeno do processo cuidar em saúde mental e os fatores que o determinam. Estabeleceram-se as categorias de análise em consonância com a revisão bibliográfica realizada, resultando em quatro eixos temáticos: o processo cuidar em saúde mental; desinstitucionalização em saúde mental: interface para o cuidado; crenças e valores sobre a assistência em saúde mental; rede de atenção psicossocial brasileira: avanços e desafios para o cuidado em saúde mental. Espera-se que esse estudo contribua nos debates em torno das práticas profissionais e os desafios enfrentados para a reconstrução de novas práticas assistenciais em saúde menta, reforçando-se o cuidado em saúde mental articulado com as demandas reais do sujeito social doente. Segundo, denominado: “O dito e não dito: reflexões sobre Reforma Psiquiátrica e Michel Foucaul”. Objetiva-se refletir sobre alguns contrapontos existentes no processo histórico de Reforma Psiquiátrica Brasileira e o pensamento de Michel Foucault. A discussão encontra-se estruturada em três eixos: o primeiro menciona o dito sobre a reforma psiquiátrica, contextualizando os principais aspectos sociais e políticos que marcaram o movimento; o segundo eixo destaca o filósofo Michel Foucault e sua obra clássica que influenciou o pensamento ocidental sobre loucura; e, no terceiro tecem-se alguns contrapontos em torno da Reforma Psiquiátrica. A história oficial da Reforma perfaz episódios e personagens enigmáticos, contrapontos sobre o dito e não dito. O terceiro artigo, nominado de “A Enfermagem e o processo de desinstitucionalização no âmbito da saúde mental: Revisão Integrativa” objetivou sintetizar o conhecimento produzido sobre a atuação da enfermagem no processo de desinstitucionalização no âmbito da saúde mental. Trata-se de revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados: CINAHL, Scopus e LILACS. Observou-se que a atuação de enfermagem frente ao processo de
desinstitucionalização em saúde mental tem priorizado atividades terapêuticas interdisciplinares voltadas à reinserção dos pacientes com transtornos mentais no convívio familiar e na sociedade. Assim, o processo de cuidar em saúde mental realizado pela enfermagem exige cada vez mais iniciativa, criatividade e o estabelecimento de vínculos afetivos e sociais.