A SIMULAÇÃO REALÍSTICA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO APRENDIZAGEM EM ENFERMAGEM.
Enfermagem; Formação em Saúde; Simulação Clínica.
O estudo tem por objetivo geral analisar a metodologia da simulação realística como instrumento facilitador do processo de ensino aprendizagem em enfermagem, e como objetivos específicos implantar a metodologia da simulação realística na matriz curricular da disciplina Atenção Integral a Saúde II; conhecer a percepção dos discentes da graduação em enfermagem sobre a metodologia da simulação; elencar os pontos negativos e positivos dos cenários construídos e executados na disciplina de Atenção Integral a Saúde II; e avaliar a expectativa e satisfação discente a partir do uso da simulação no contexto do componente curricular de Atenção Integral a Saúde II. Este estudo justifica-se pela possibilidade de inserir e analisar modalidades metodológicas que são utilizadas nos espaços formativos em saúde e enfermagem. Propor e averiguar conduções que vislumbrem melhorias no processo de formação é de suma relevância na perspectiva de mensurar os impactos atribuídos a novas estratégias de ensino e aprendizagem. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quanti-qualitativa, do tipo pesquisa-ação, que teve como foco de investigação a simulação realística no contexto da formação em saúde e enfermagem a partir da sua implantação em uma disciplina da graduação em enfermagem em uma Instituição de Ensino Superior (IES) Pública. A pesquisa foi desenvolvida na disciplina de Atenção Integral a Saúde II do Curso de Bacharelado em Enfermagem. Esta disciplina é ofertada no terceiro ano do curso objeto desse estudo, e tem a finalidade de preparar o acadêmico de enfermagem para os diversos cenários de Atenção Primária em Saúde. Obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa/UFRN (CAAE nº 25928714.8.0000.5537), atendendo a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). A população do estudo foi composta por 40 sujeitos: 37 discentes e 3 docentes da disciplina. A coleta de dados aconteceu no período de fevereiro a maio de 2014 e deu-se por meio de questionários e entrevistas semiestruturados. Para tanto, seguiu-se a seguinte sequencia: identificação do uso da simulação na disciplina alvo da intervenção; consulta a docentes sobre a possibilidade de execução da pesquisa; averiguação da ementa da disciplina, objetivos, competência e habilidades; elaboração do esquema de execução da intervenção; elaboração do checklist para treinamento de habilidades; construção e execução dos cenários de simulação e avaliação dos cenários. Os dados quantitativos foram analisados a partir da estatística descritiva simples, percentual, e os qualitativos através do Discurso do Sujeito Coletivo. A simulação de alta fidelidade foi inserida no componente curricular da disciplina objeto da pesquisa, a partir do uso de paciente-padrão. Foram criados e executados 3 casos. Na visão discente, a simulação contribuiu para a síntese dos conteúdos trabalhados durante a disciplina de atenção integral a saúde II (100%), atribuindo notas entre 8 e 10 (100%) aos cenários executados. Além disso, a simulação gerou um percentual considerável de grandes expectativas para as atividades da disciplina (70,27%) e também se mostrou como uma estratégia geradora de satisfação discente (97,30%). Dos 97,30% que sinalizaram estarem bastante satisfeitos com as atividades acadêmicas proposta pela disciplina de Atenção Integral a Saúde II, 94,59% da amostra apontou a simulação como um fator determinante para a atribuição dessa satisfação. No tocante a percepção discente sobre a estratégia da simulação, a categoria mais destacada foi à possibilidade de vivência prévia da prática (23,91%). O nervosismo foi um dos pontos negativos mais citados a partir da vivência nos cenários simulados (50,0%). O ponto positivo mais representativo (63,89%) perpassa a ideia de aproximação com a realidade da Atenção Básica. Além disso, os docentes da disciplina, no total de 3, foram capacitados na metodologia da simulação. O estudo ressaltou a contribuição da simulação realística no contexto do ensino e aprendizagem em Enfermagem e evidenciou esta estratégia enquanto mecanismo gerador de expectativa e satisfação entre discente da graduação em Enfermagem.