DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA MAGNÉTICO NANOPARTICULADO PARA
APLICAÇÃO EM HIPERTERMIA
Nanopartículas; magnéticas; hipertermia.
A hipertermia é uma técnica promissora para o tratamento do câncer baseada na
maior sensibilidade de células tumorais ao aquecimento do que o tecido normal.
Nanopartículas magnéticas têm sido empregadas em tratamentos de hipertermia em
razão da capacidade de converter a energia absorvida de um campo magnético
alternado em calor principalmente através de perdas por relaxação e histerese.
Dentre vários materiais magnéticos, nanopartículas de óxido de ferro têm sido
consideradas adequadas para aplicações biomédicas devido à sua
biocompatibilidade e facilidade de síntese. Para fins médicos, estas nanopartículas
devem apresentar distribuição de tamanho uniforme e revestimento de sua
superfície para reduzir a agregação entre as partículas. O objetivo deste trabalho foi
produzir nanopartículas de magnetita revestidas com oleato de sódio através do
método de co-precipitação para aplicação na hipertermia. As partículas foram
caracterizadas por espalhamento de luz dinâmico, potencial zeta, difração de raiosx,
magnetometria de amostra vibrante, espectroscopia no infravermelho por
transformada de Fourier e análise termogravimétrica. O comportamento de
aquecimento das partículas em um campo magnético alternado de 60 kHz e 9,4
kA/m também foi avaliado. Os resultados mostram a produção de nanopartículas de
magnetita superparamagnéticas revestidas com oleato de sódio com um diâmetro
médio de 60,6 ± 4,1 nm, potencial zeta de -32,9 ± 1,6 mV, índice de polidispersidade
de 0,128 ± 0,003 e magnetização de saturação de 64 emu/g. Os resultados do
experimento de aquecimento sugerem que as nanopartículas de magnetita podem
dissipar energia térmica suficiente para promover um tratamento com hipertermia
efetivo, atingindo temperaturas de 45ºC após oito minutos de exposição ao campo.
As nanopartículas sintetizadas pelo processo descrito são promissores sistemas
magnéticos a serem empregados na terapia com hipertermia.