AVALIAÇÃO DA PROPRIEDADE ANTIFÚNGICA DE ESPÉCIES VEGETAIS DO
NORDESTE BRASILEIRO POR MEIO DE FRACIONAMENTO BIOMONITORADO
Atividade antifúngica, candidíase, plantas medicinais, extratos brutos,
Nordeste brasileiro.
A melhora na incidência de infecções fúngicas, devido à resistência às drogas ou ao número
de pacientes com alterações imunológicas, como a AIDS, quimioterapia ou transplante de
órgãos; pode fazer com que a investigação de novas drogas antifúngicas seja necessária. As
espécies do Nordeste brasileiro podem se tornar uma importante fonte de moléculas vegetais
inovadoras, entre elas estão algumas da caatinga (Caesalpinia ferrea, Piptadenia colubrina,
Mimosa tenuiflora, Schinus terebinthifolius), ainda pouco estudadas. Assim, o objetivo deste
estudo foi avaliar o potencial antifúngico de plantas do Nordeste brasileiro, principalmente
aquelas utilizadas para tratar infecções na medicina popular. Um total de 30 extratos oriundos
de 10 espécies foram estudados por meio da concentração inibitória mínima (CIM), através do
método de microdiluição contra Candida spp. Os extratos mais promissores foram de Eugenia
uniflora, Caesalpinia ferrea e Psidium guajava apresentando atividade contra todas as cepas
de Candida spp. testadas, com valores de CIM entre 15,625 e 62,500 μg/ml. Adicionalmente,
o extrato de E. uniflora apresentou propriedade fungicida contra todas as cepas, sendo a
espécie com a menor CFM, especialmente contra C. dubliniensis. Em seguida, foi
determinada a CIM dos três extratos promissores frente aos isolados clínicos de Candida spp.
obtidos da cavidade bucal de transplantados renais. Com base nos resultados, E. uniflora foi a
espécie escolhida para seguir com o fracionamento biomonitorado. Dessa forma, extratos
brutos de plantas são de interesse como novas fontes de agentes inéditos para o tratamento de
candidíase.