ESTUDO DE UTILIZAÇÃO DE INIBIDORES DE BOMBA DE PROTONS POR UTENTES DE FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS
Inibidores da bomba de prótons, estudo de utilização de medicamentos, farmácia comunitária.
Os inibidores de bomba de prótons (IBP) estão entre os medicamentos mais prescritos no mundo. Contudo, informações sobre perfil de usuário e fatores associados a sua aquisição em farmácias comunitárias são escassos. O objetivo desse estudo é caracterizar o padrão de uso de IBP e fatores associados a utilização inadequada e ao tempo prolongado de uso. Está sendo desenvolvido em um estudo transversal, prospectivo e observacional envolvendo entrevista a 600 pacientes que adquirirem IBP para uso próprio em farmácias comunitárias. Está sendo investigado o perfil sócio demográfico e clínico (doenças e outros medicamentos). Quanto aos IBP e sua utilização está sendo avaliado a indicação de uso, posologia adotada, tempo e conhecimento do paciente sobre o medicamento, interações medicamentosas potenciais e aspectos farmacoêconomicos. Estamos empregando estatística descritiva para caracterização da amostra e modelo de regressão logística multivariada para a determinação dos fatores associados ao uso de IBP. Resultados preliminares apontam para um uso adequado de IBP quanto a indicação e forma de uso (77%), contudo se observa um elevado uso prolongado destes medicamentos (30%) associados a ausência de conhecimento sobre os potenciais danos (56%). Cerca de 18% dos usuários apresentam interações medicamentosas potenciais (IMP) relacionadas aos IBP, sobretudo em indivíduos de mais idade (OR 1,05; IC95%) e mulheres (OR 2,27; IC95%). A seleção do IBP não considera o poder aquisitivo do paciente, bairros de menor IDH apresentam custo de tratamento com IBP equiparado às localidades economicamente mais desenvolvidas da cidade. Logo, os IBP se mostram adequados quanto a indicação e forma de uso, no entanto, se utiliza por períodos prolongados sem conhecimento dos riscos e das IMP existentes, como também é observada uma discrepância na prescrição entre poder aquisitivo do paciente e custo do tratamento.