AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTITUMORAL E ANTIMICROBIANA DE OLIGOSSACARÍDEOS DE QUITOSANA
Antiparasitário, citotoxicidade, quitooligossacarídeos.
A quitina é o polissacarídeo de maior abundância na natureza, presente no exoesqueleto de artrópodes e parede celular fúngica. Industrialmente, a quitina pode ser obtida a partir dos resíduos gerados com o processamento de crustáceos. A quitosana, obtida pela desacetilação parcial da quitina, é um heteropolímero formado por moléculas de D-glicosamina e N-acetil-glicosamina, a qual pode ser hidrolisada gerando os quitooligossacarídeos (QOS). Os QOS têm demonstrado diversas propriedades biológicas como atividade antimicrobiana, anti-inflamatória, antioxidante e antitumoral, apresentando maior vantagem em relação à quitosana devido sua maior solubilidade e menor viscosidade. Apesar do conhecimento dos efeitos biológicos dos QOS, o mecanismo de ação dessas moléculas ainda não está totalmente elucidado. Dessa forma, o estudo em desenvolvimento apresenta como principal objetivo a produção e caracterização de QOS, avaliando seu efeito citotóxico e anti-tripanossômico in vitro. Os QOS foram produzidos por hidrólise enzimática com 5 e 10 min de reação e foram caracterizados por RMN H1 e C13, uni e bidimensional, como pentâmeros acetilados. Ambos oligômeros avaliados não demonstraram toxicidade frente a células de macrófagos murinos e células epiteliais renais de primatas, em até 2 mg/mL. No ensaio anti-tripanossômico, os QOS apresentaram inibição parasitária no tempo de incubação de 24 h. Portanto, QOS consiste em um componente promissor a ser utilizado na indústria farmacêutica, devido a possibilidade de obtenção de uma molécula de elevado interesse biotecnológico a partir de resíduos da carcinicultura resultando na diminuição do impacto ecológico.