OBTENÇÃO E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL IMUNOADJUVANTE DE NANOPARTÍCULAS DE QUITOSANA NA PRODUÇÃO DE ANTISSORO CONTRA A PEÇONHA DA SERPENTE Crotalus durissus cascavella
Antiveneno. Crotalus durissus cascavella. Nanopartículas de Quitosana.
O envenenamento por picada de serpente é uma doença tropical negligenciada em várias
regiões do mundo. No Brasil, a serpente Crotalus durissus cascavella (CDC) pertence a
um gênero com a peçonha de maior letalidade. A busca por novos imunoadjuvantes teve
como objetivo ampliar as alternativas terapêuticas para melhorar as vacinas e soros
antiveneno. Diante disso, esse estudo propôs a produção de nanopartículas de quitosana
(NPQ) associadas a peçonha da CDC, por duas técnicas de associação: adsorção e
incorporação, capazes de induzir uma resposta de anticorpos contra a peçonha da serpente
CDC. O método de gelificação iônica induziu a formação de nanopartículas esféricas,
estáveis e ligeiramente lisas (<160 nm) com eficiência de incorporação superior a 90%,
para ambos os métodos de obtenção. As interações entre proteínas da peçonha e as NPQ
foram avaliadas usando espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier,
que corroboraram com o comportamento de liberação in vitro das proteínas das
nanopartículas. Por fim, o modelo de imunização animal usando camundongos BALB/c
demonstrou maior eficácia das NPQ associadas a peçonha da CDC, principalmente pelo
método de adsorção, que produziu títulos de IgG mais elevados para as diferentes
concentrações (0,5 e 1,0%) até a diluição de 1:6400 quando comparado com o hidróxido
de alumínio, imunoadjuvante convencional. Assim, as nanopartículas de quitosana
associadas com a peçonha da CDC exibiram uma abordagem biotecnológica promissora
para a imunoterapia.