NANOPARTÍCULAS BIODEGRADÁVEIS E BIOCOMPATÍVEIS PARA LIBERAÇÃO MODIFICADA DE BENZNIDAZOL
Benznidazol. Doença de Chagas. Liberação modificada. Nanopartículas poliméricas. Sonda fluorescente.
O Benznidazol (BNZ) é o fármaco de escolha para o tratamento de pacientes com doença de Chagas. Apesar de seu amplo uso, apresenta problemas de eficácia devido à alta toxicidade, dificuldade de atravessar as barreiras biológicas, além da baixa solubilidade em meio aquoso. As nanopartículas apresentam capacidade comprovada de atravessar barreiras biológicas e direcionamento intracelular de fármacos, principalmente quando ligantes de superfície são inseridos para aumentar o direcionamento do fármaco para as células infectadas. O objetivo do presente trabalho é desenvolver nanopartículas funcionalizadas e fluorescentes de poli (ácido lático-co-glicólico) (PLGA) para liberação modificada do benznidazol. As partículas foram produzidas pelo método emulsificação com evaporação do solvente. A padronização da formulação e parâmetros de obtenção foram monitorizados por medidas de tamanho médio de partícula, índice de polidispersão, potencial zeta, microscopia de força atômica (AFM), microscopia eletrônica de varredura (MEV), microscopia confocal (MC), espectroscopia de absorção na região do infravermelho com transformada de fourier (FTIR), análise termogravimétrica (TGA), eficiência de encapsulação e estudos in vitro. Nanopartículas poliméricas esféricas e estáveis abaixo de 300 nm foram otimizadas, com a eficiência de encapsulação maior que 95%. A cinética de liberação in vitro do fármaco demonstrou uma liberação lenta ajustada por modelos matemáticos. Células mioblásticas cardíacas (H9c2) demonstraram a biocompatibilidade das nanopartículas e a melhoria da atividade biológica de nanopartículas de BNZ. Ensaios feitos células normais (Hek 293), células tumorais (Hep G2 e HT-29), com epimastigotas (cepas Y, CL-Brenner e Dm28c) e amastigotas (cepas H9c2 e Dm28c) mostram um aumento na potência das nanopartículas sobre o BNZ livre. A análise por microscopia confocal, em que uma sonda fluorescente foi incorporada para verificar em diferentes tempos o targeting, mostram que as nanopartículas entram no parasita com alta eficiência. Assim, o presente trabalho aborda de forma sistemática, o desenvolvimento de um sistema nanotecnológico inédito com potencial inovador para o aumento da eficácia do benznidazol em células infectadas.