Estudo da resposta Th17 no transplante renal alogênico: contribuição do eixo
quimiotático CCR6/CCL20 e dos polimorfismos gênicos em IL17A e IL17RA.
Células Th17. Polimorfismo em um único nucleotídeo. Interleucina-17A.
Receptor de interleucina-17A. Imunohistoquímica. Receptor de quimiocina 6. Ligante de
quimiocina 20.
O transplante renal é a melhor forma de tratamento para pacientes com insuficiência renal crônica que perderam a função do rim. Pacientes transplantados renais necessitam de rigoroso esquema imunossupressor para evitar rejeição. Nesse processo células T helper do sistema imunológico exercem papel chave na resposta contra o enxerto, sendo as células Th17 recentemente investigadas por produzirem IL-17, uma potente citocina pró-inflamatória cujo papel na rejeição também vem sendo descrito. Até o momento, sabe-se que o aumento da expressão de células Th17 tem importante associação ao desenvolvimento da rejeição no microambiente renal, no entanto o provável mecanismo ainda não está bem compreendido. Assim, esse estudo teve como objetivo avaliar a resposta Th17 a partir da influência exercida pelo eixo quimiotático CCR6/CCL20 e por variantes genéticas na IL-17 e seu receptor IL- 17RA. Para isso, realizou-se um estudo caso controle envolvendo 148 pacientes transplantados do Hospital Universitário Onofre Lopes/UFRN no qual se avaliou por imunohistoquímica a expressão proteica da IL-17 e das quimiocinas CCR6/CCL20 e por PCR-RFLP as variantes genéticas em IL17A e IL17RA. Nossos resultados demonstraram não haver influência dos polimorfismos gênicos sobre o desfecho do enxerto ou sobre a expressão proteica da IL-17. No geral, as frequências alélicas e genotípicas se aproximaram das distribuições encontradas pelo HapMap para a população mundial. No microambiente do enxerto renal encontramos várias fontes produtoras de IL-17: células epiteliais tubulares, células glomerulares, neutrófilos e células do infiltrado intersticial, por sua vez a expressão do eixo quimiotático CCR6/CCL20 ficou restrita a células do epitélio tubular. A avaliação quantitativa da marcação da IL-17 e das quimiocinas não demonstrou relação com o desfecho do rim transplantado. De fato, houve uma leve correlação linear positiva entre a presença de IL-17 e a expressão do eixo quimiotático CCR6/CCL20 no microambiente do enxerto renal. A presença de outros achados inflamatórios (necrose tubular aguda, glomerulite e arterite) no grupo sem rejeição pode ter contribuído para ausência de diferenças estatisticamente significativas nas comparações realizadas. Por fim, acreditamos que, aliado aos nossos resultados, estudos posteriores com aumento do “n” amostral e um maior controle sobre as variáveis que envolvem a obtenção do espécime renal, podem determinar com maior clareza a influência exercida pelo eixo quimiotático CCR6/CCL20 e a exercida por polimorfismos genéticos em citocinas, sobre o controle da resposta Th17 nos processos de rejeição ao aloenxerto renal.