Estudo de pré-formulação para a obtenção de uma formulação de captopril para uso pediátrico
Captopril; Formulações pediátricas; Pré-formulação; Análise térmica; Propriedades tecnológicas; Estabilidade.
Atualmente, os medicamentos utilizados em crianças são adaptados a partir de formas farmacêuticas sólidas desenvolvidas para adultos. O captopril é amplamente adaptado para formulação líquida em hospitais. Sua estabilidade em meio aquoso é reduzida, pois sofre oxidação gerando seu principal metabólito. Com o intuito de garantir a estabilidade do fármaco e dosagem precisa, foi desenvolvido um estudo de pré-formulação para a obtenção de uma formulação de captopril em pó para constituição de uma solução estável de uso pediátrico. A compatibilidade entre o fármaco e os possíveis excipientes foi avaliada através das análises da calorimetria de varredura diferencial (DSC) e o comportamento térmico do captopril através das análises termogravimética (TG), análise térmica diferencial (DTA). Em seguida, foram realizados os ensaios de análise granulométrica e das medidas indiretas de fluxo do captopril e dos excipientes. Também foram obtidas diferentes formulações a partir de planejamento fatorial em que se variou a concentração de EDTA (0,05 e 0,1%), e pH (2,5; 4,0 e 5,5) em água destilada e água mineral, que foram armazenadas a 60°C e analisadas ao longo de doze dias por CLAE para avaliação da estabilidade do captopril. Nas curvas DSC das misturas de captotpril com os conservantes e a sucralose, os eventos térmicos isolados não foram mantidos. Nas demais curvas das misturas binárias os eventos correspondentes de cada componente foram preservados, indicando compatibilidade entre as substâncias. Foi observada uma grande diferença na distribuição e diâmetro médio das partículas e densidade dos agentes tamponantes em comparação às demais substâncias, o que pode ocasionar a segregação da mistura de pós. A partir do estudo da estabilidade das soluções, foi verificado que as variáveis são significativamente interferentes no teor do captopril, sendo o pH o fator mais relevante. As interações entre as variáveis foram significativas, com maior estabilidade observada em pH próximo a 4,0, maior concentração de EDTA e uso de água mineral. Com base nos resultados, pode-se concluir que o desenvolvimento de uma formulação de captopril estável é viável desde que sejam adotadas medidas estratégicas a fim de se evitar a segregação dos pós constituintes da formulação.