SCHOPENHAUER E O SIGNIFICADO METAFÍSICO DO TÉDIO NA EXISTÊNCIA HUMANA
Tédio. Schopenhauer. Motivação. Vontade.
A presente dissertação trata de apresentar a perspectiva de Arthur Schopenhauer sobre o tédio, com o objetivo de defender a presença de um significado metafísico do tédio na existência humana, fundado na metafísica schopenhaueriana da vontade, qual seja a existência é vazia de valor em si mesma. A investigação iniciará com a introdução à epistemologia da “representação” e à metafísica da “vontade” que fundamentam o “pensamento único” a partir do qual o filósofo explica o tédio. Nessa primeira etapa, abordaremos o “esforço infinito” que constitui a essência humana e o caráter “insaciável” do seu querer. Em um segundo momento, apresentaremos um conceito de tédio formulado com base na noção de “sentimento” e na “lei da motivação”, seguido de uma discussão que objetiva compreender “a dor do tédio” a que o filósofo alude nas passagens em que descreve o estado afetivo do indivíduo entediado. Um dos problemas que se busca resolver é a incompatibilidade entre o vazio de motivos que desperta o tédio e a essência volitiva do ser humano, cuja existência consiste na afirmação efetiva de sua vontade insaciável motivada pelos objetos fornecidos pelo seu intelecto. Como conciliar uma vontade que não pode não querer, cujo todo ser e existência é mera manifestação desse querer, com uma experiência efetiva de falta de querer determinado? A questão é resolvida com a interpretação do tédio como um “vontade de vontade”, isto é, no tédio a vontade persiste “querendo querer”, mantido intacto seu caráter volitivo.