AVALIAÇÃO DO POTENCIAL NEUROPROTETOR DE AMOSTRAS RICAS EM POLISSACARÍDEOS SULFATADOS DA ALGA CAULERPA CUPRESSOIDES VAR. FLABELLATA
Algas verdes; Biomoléculas; Antioxidantes; Neuroproteção.
Doenças neurodegenerativas (DN), como Alzheimer e Parkinson, são um problema de saúde mundial que afeta milhões de pessoas, e acredita-se que um dos fatores chave na sua causa e/ou progressão seja o estresse oxidativo. Os danos causados pelo estresse oxidativo afetam a função e sobrevivência das células neuronais influenciando na sintomatologia dessas doenças, que inclui perda de memória e problemas motores. Portanto, a necessidade de buscar novos agentes antioxidantes capazes de mitigar esses danos é de grande importância. Dentro das possibilidades de agentes antioxidantes encontramos os polissacarídeos sulfatados (PS) obtidos de algas marinhas, os quais possuem diversas bioatividades além da antioxidante, como por exemplo a atividade anticoagulante, antiproliferativa e anti-inflamatória. Nesse contexto, o potencial antioxidante de frações ricas em PS obtidas da alga marinha verde Caulerpa cupressoides var. flabellata contra H2O2 foi avaliado em células de neuroblastoma murino (Neuro-2A). Dessa forma, obtiveram-se quatro frações de PS da C. cupressoides (F0.3, F0.5, F1.0 e F2.0) a partir do extrato bruto total de polissacarídeos (EBT). A citotoxicidade e o efeito protetor contra H2O2 das amostras foram avaliados, pelo método de redução do Brometo de 3- (4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio (MTT), em células Neuro-2A. Não foram observados efeitos citotóxicos, exceto para o ETB e F0.5 usados nas maiores concentrações. A F2.0 foi a única que apresentou potencial efeito antioxidante e, consequentemente, proteção contra H2O2, nas condições testadas. Ademais, a F2.0 reduziu os níveis de espécies reativas de oxigênio (EROs) avaliados usando a sonda fluorescente Diacetato de 2,7-diclorofluoresceína (DCFH-DA). Adicionalmente, a embriotoxicidade e a resposta optomora também foram avaliadas usando o modelo de Zebrafish (in vivo). Assim, a F2.0, testada em diferentes concentrações em modelo de embrião de Zebrafish, não demonstrou efeitos embriotóxicos nem neurotóxicos, uma vez que não se observaram alterações na mortalidade, malformações, e na resposta optmotora das larvas. Dessa forma, espera-se que os resultados deste estudo possam contribuir para o desenvolvimento de um tratamento seguro para DN.