ENSINO DE TEATRO: UMA CHAVE A DIÁLOGOS SOBRE ESTEREÓTIPOS NEGATIVOS COM ESTUDANTES DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Teatro, Escola, estereótipos, diálogo, pluralidade, processo colaborativo.
RESUMO
Esta pesquisa tem como foco o teatro em diálogo com o estudo de estereótipos negativos no âmbito escolar dos anos iniciais e suas repercussões, partindo da escuta reflexiva dos estudantes envolvidos, acerca do contexto no qual a Escola Municipal Professor Berilo Wanderley está inserida, bem como apreciações artísticas, análises críticas e experimentações sobre esse tema. No lugar de professora, pesquisadora, artista e apreciadora das artes, fui instigada a refletir sobre a condição estigmatizada dos estudantes que compõem a referida escola, localizada no município de Natal/RN. Os primeiros raios da análise surgiram ao ter contato com a obra fílmica A Chave do vale Encantado (2019), ao me deparar com possibilidades de “brincar” com meus alunos e alunas, através do caráter ficcional da linguagem teatral, contando histórias onde fosse possível considerar a pluralidade humana em suas mais diversas possibilidades, desconstruindo, portanto, a ideia das “histórias únicas”, delineadas pelo pincel eurocêntrico e colonizado, a fim de revelar a criança como ser ativo, situado no tempo e no espaço, sujeito participante, ator e autor na sua relação consigo mesmo, com os outros e com o mundo. O estudo tomou corpo seguindo alguns questionamentos, o principal deles refere-se as possibilidades metodológicas a serem utilizadas para investigar os estereótipos dentro do contexto escolar. Como resposta a isso, dialogo com os seguintes autores: Paulo Freire (2020), Augusto Boal (1999), Bruno Bettelheim (2020), Erving Goffman (1980), bell hooks (2020), Chimamanda Adichie (2019), dentre outros apresentados nesta viagem artística-pedagógica, onde a travessia de uma obra fílmica para o teatro resulta numa cena curta de caráter experimental e colaborativo.