Políticas econômicas, cenários externos e estratégias de desenvolvimento regional: o caso do desenvolvimento econômico nordestino no período 1956-2010
Nordeste. Política econômica. Estratégia de desenvolvimento regional. Conjuntura internacional. Desenvolvimentismo. Neoliberalismo.
A análise efetuada propõe expressar a trajetória de desenvolvimento econômico que ocorreu na região Nordeste desde o período em que foi implantado o planejamento econômico de viés desenvolvimentista com a criação do Plano de Metas e da SUDENE como órgão mentor e executor das ações de política econômica, até o final do governo Lula, em que o aparato para a formulação da estratégia de desenvolvimento regional já havia sido modificado (1956-2010). O trabalho aborda, portanto, o momento de consolidação do sistema capitalista brasileiro, passa pela finalização do processo de integração nacional e entra na mudança de paradigma marcada pela saída do desenvolvimentismo e pela confirmação da ideologia neoliberal no país. A especificidade do estudo encontra-se no fato de sempre estar presente a segmentação entre a estratégia de desenvolvimento regional – como análise central –, a política econômica nacional vigente e a conjuntura internacional – tidas aqui como secundárias, porém, necessárias. A questão repousa em saber se as políticas direcionadas para a região Nordeste foram capazes de modificar sua estrutura econômica, proporcionando autonomia e dinâmica para o sistema. Pelo uso do método dedutivo, de uma pesquisa histórica de uma revisão literária, edifica-se a hipótese de sucesso das ações de política econômica nacional e/ou regional com foco no Nordeste, através do nascimento de polos de desenvolvimento que proporcionaram evolução econômica para este espaço. Os resultados expressam o crescimento da região, principalmente nas décadas de 1970 e 1980. Mas, nos últimos 20 anos abrangidos, nota-se um processo de desaceleração deste crescimento, devido à especialização resultante das medidas contidas na política econômica regional. Deste modo, conclui-se que a estratégia, neste período, contribuiu, no âmbito regional nordestino, para a diversificação econômica, a integração produtiva e comercial, a inserção internacional, a absorção da divisão internacional do trabalho e o crescimento. Contudo, não foi capaz de gerar autonomia à região, sendo esta ainda dependente do centro dinâmico nacional, além de ter seu capital em boa parte originário de outros espaços econômicos.