SÍFILIS ADQUIRIDA EM PESSOAS IDOSAS, NO BRASIL DE 2010-2020
Sífilis, Pessoas idosas, infecções sexualmente transmissíveis
Introdução: A infecção causada pelo Treponema pallidum, continua sendo um grave problema de saúde pública. Há uma incidência global de 7 milhões de casos por ano. No Brasil, foram notificados 917.473 casos da sífilis adquirida (2010 - 2020). O estudo teve como objetivo avaliar a incidência e taxas de prevalência de sífilis em idosos no Brasil, ao caracterizar o perfil epidemiológico e fatores associados, além de realizar análise de tendência, no período de 2010-2020. Metodologia: Estudo observacional, de série temporal, que partiu da coleta de notificações do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação Obrigatória, de idosos de 60 – 120 anos. Caracterizou-se o perfil epidemiológico, a partir de variáveis sociodemográficas. Para análises de incidência e prevalência, utilizou-se o programa Statistical Package for the Social Science, versão 19.0. Considerou-se o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010 e as projeções para a população idosa. Na análise de tendência, empregou-se o Joinpoint regression model. Principais Achados: Observou-se uma variação ascendente de 0,80 a 48,90 casos por 100.000 indivíduos na detecção de sífilis em idosos, no período de 2010 – 2018, com pico em 2018. A prevalência da infecção foi equivalente a 12,84 casos para cada 100.000 brasileiros, com média de idade de 68,04 anos (±7,15), sendo maior em pessoas do sexo masculino, de raça branca e negra. A maior proporção de idosos com sífilis ocorreu nas regiões Sul e Sudeste. Por outro lado, a análise de tendência mostrou um aumento significativo e homogêneo nas cinco regiões do Brasil, para ambos os sexos e faixas etárias. Conclusões: Reafirma-se uma tendência de aumento significativo nos casos de sífilis, o que reforça a necessidade da atuação da Atenção Primária no engajamento para o diagnóstico e tratamento precoce da doença, principalmente para a pessoa idosa.