Gengivite em mulheres adultas: Estudo da relação com as variações hormonais e contribuições dos achados clínicos e laboratoriais.
Gengivite, Índice Gengival, Biofilme, Hormônios Gonadais.
A gengivite é uma patologia de elevada prevalência na maioria das populações. Na última classificação das doenças periodontais a gengivite foi categorizada como uma entidade separada podendo ser dependente do biofilme ou influenciada por fatores sistêmicos. O objetivo deste estudo foi investigar a gengivite, apropriando-se de achados laboratoriais e clínicos em uma amostra de mulheres adultas em diferentes estágios do ciclo reprodutivo. 254 mulheres foram captadas e destas, 141 encontravam-se dentro dos critérios de inclusão. Foram submetidas a coleta de dados laboratoriais ( glicose, colesterol, triglicérides, hemograma, estradiol, progesterona ) e clínicos como IMC e aqueles referentes a saúde periodontal como índice de placa (IP), índice gengival (IG), e PSR. O estudo confirma a alta prevalência da gengivite, com 74 mulheres (52,9 %) apresentando gengivite leve e 67 (47,1 %) gengivite moderada. Houve associação do grau de gengivite com maiores e menores de 38 anos (OR=2,618), aumento na frequência de escovação (p=0,012) e PSR categorizado segundo gradiente (p<0,0001). Houve também diferenças significativas quanto a Idade (p=0,028), soma dos valores do PSR obtidos nos sextantes (p<0,0001), número de dentes examinados (p=0,027) e IP (p < 0,001). Os achados referentes a glicose, colesterol, triglicérides, leucócitos, hemograma, IMC, ciclo menstrual e variações hormonais não apresentaram significância estatística. Assim, no grupo de mulheres estudado o que mais influenciou no grau de inflamação gengival foi a quantidade de biofilme, a frequência de escovação, a idade e escore do PSR. Nenhuma evidência foi constatada em relação a gengivite leve e moderada com os parâmetros sistêmicos investigados.